A Câmara escolhe hoje, em votação secreta, o novo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). A reta final da campanha foi marcada pela movimentação ostensiva da cúpula do PSB e de integrantes do governo de Pernambuco, que abandonaram Recife e montaram uma espécie de QG (quartel general) em Brasília para trabalhar a candidatura da líder do PSB, deputada Ana Arraes (PE).
Além do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PE), há dois meses em campanha aberta para eleger a mãe candidata, também estavam pedindo votos em Brasília ontem o vice-governador João Lyra, dois secretários de Estado e o presidente de uma empresa pública pernambucana.
Teve parlamentar pernambucano que recebeu telefonema até de empreiteiro que contribuiu para a campanha dele. Por solicitação do governador, o empresário pedia voto a Ana Arraes. Foi neste cenário que a Comissão de Finanças e Tributação aprovou ontem à tarde os nomes dos sete postulantes à vaga de ministro do TCU, que serão submetidos ao plenário esta manhã.
A despeito da fartura de candidatos para disputar o voto dos 513 deputados, líderes de partidos governistas e de oposição avaliam que a disputa está polarizada entre duas candidaturas: a da Ana Arraes e a do ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo (PC do B-SP).
A sabatina dos candidatos na Comissão de Finanças serviu de palco para a exibição de força dos partidários de líder do PSB. Ana Arraes era a única candidata cujos seguidores ostentavam adesivos e botons com seu nome para o TCU. Para bancar as despesas da campanha – também foram produzidos banners que só serão expostos hoje – 34 deputados (32 da bancada do PSB e mais dois pernambucanos de outras siglas) doaram R$ 500 reais cada um.
No PMDB do candidato Átila Lins (AM), a pressão foi grande a ponto de tirar força política de uma opção vista até ontem como ‘muito competitiva’ pelos próprios adversários. Ao final do dia, alguns peemedebistas ensaiaram uma operação no bastidor para negociar a renúncia de Lins para evitar o desgaste do próprio partido, já que boa parte da bancada estava dividida entre as candidaturas de Aldo e Ana. Não sem razão, amigos do governador pernambucano temem que ele tenha exagerado na dose da campanha.
A queixa da ‘pressão desmedida’, antes restrita aos concorrentes da socialista, espalhou-se ontem pelo plenário, despertando irritação em várias bancadas. A avaliação geral é de que Aldo Rebelo pode acabar se beneficiando da reação à ‘campanha agressiva’ em favor de Ana Arraes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.