Câmara discute sucessão

A eleição da nova Mesa Executiva da Câmara Municipal de Curitiba continua sendo motivo de polêmica. Isso porque os vereadores de oposição querem que a votação aconteça em dezembro, mas o presidente da Casa, vereador João Cláudio Derosso (PSDB), afirmou que ela pode ser adiada para janeiro. Independente da data, já está definido que haverá bate-chapa para a Presidência. O nome do candidato do bloco oposicionista ainda não foi definido, mas deverá ficar com André Passos (PT) ou Paulo Salamuni (PMDB). Do outro lado, Derosso, que está na presidência há seis anos, irá disputar novamente o cargo.

O artigo 25 do Regimento Interno prevê que a eleição da Mesa seja realizada até trinta dias antes do término da sessão da Câmara, que normalmente se encerra em 15 de dezembro. Mas com o grande número de emendas apresentadas para a Lei Orçamentária (720 no total), os trabalhos deverão se estender até janeiro.

Segundo Paulo Salamuni não há razão para que haja um adiamento na eleição, e esta possibilidade é uma estratégia da bancada de apoio ao prefeito Cássio Taniguchi (PFL), já que a oposição cresceu após as eleições estaduais. De acordo com o vereador, a oposição poderá contar com dezoito votos, sete a mais do que tinha antes de outubro. “Além dos quatro vereadores do PMDB (Salamuni, Celso Torquato, Marcelo Almeida e Alexandre Curi), dos seis do PT (André Passos, Clair Martins, Natálio Stica, Jorge Samek, Tadeu Veneri e Adenival Gomes), e do Jorge Bernardi (PDT), teremos ainda os votos dos vereadores que apoiaram o Roberto Requião (PMDB) no segundo turno”.

A nova Mesa Executiva irá comandar a Câmara pelo período de dois anos. Para disputar a presidência é necessário apresentar uma chapa completa, de sete pessoas e com todos os nomes definidos. A mesa é composta por um presidente, um primeiro e segundo vice-presidente, e quatro secretários. “Durante a sessão realizamos a votação da chapa, que é eleita pela maioria dos votos”, explica João Cláudio Derosso. Há seis anos ele é o presidente, e normalmente não há bate chapa para a Mesa. “Há dois anos houve disputa entre eu e o Natálio Stica (PT). Nos outros anos foi chapa única”, lembra.

Paulo Salamuni acredita que este é o momento certo para realizar bate chapa na Câmara. “A vontade da população tem que ser ouvida na Câmara. O que aconteceu nas eleições de outubro mostrou que a população está cansada dos desmandos que vem sendo feitos, e o prefeito já não tem mais a maioria que tinha antes. O povo não está satisfeito com a administração, e o clamor veio das urnas”, afirma.

O líder do PT na Câmara, vereador Adenival Gomes, apesar de defender o nome de André Passos, diz que a questão não está fechada. “Queremos questionar a Câmara, por isso vamos lançar uma chapa. Se o PT apoiasse a chapa do Derosso significaria que concordamos com o que ele faz. Queremos mais que um bom relacionamento, queremos independência”, explica.

Para Gomes, mais importante do que a escolha dos nomes dos integrantes da Mesa é definir propostas. “Primeiro temos que costurar nossas propostas para então sabermos como iremos compor os nomes”, opina. “O motivo de estarmos pleiteando a Mesa não é pelo nome em si, mas por aquilo que acreditamos”.

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