Beto Richa pede licença para fazer campanha no Paraná

Um dos principais cabos eleitorais do senador Osmar Dias (PDT), em Curitiba, e coordenador da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) no Paraná, o prefeito Beto Richa (PSDB) decidiu doar mais tempo à campanha para o governo e também à presidência da República. Ele anunciou ontem que, a partir da próxima segunda-feira, dia 16, irá se licenciar do cargo para trabalhar pela eleição dos seus candidatos.

O vice-prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, assume o lugar de Beto na prefeitura. Beto vai transmitir oficialmente o cargo ao vice e depois, segue em carreata até o comitê central da campanha presidencial de Geraldo Alckmin, no bairro Batel. Beto volta à prefeitura somente depois do dia 29 de outubro, data da eleição.

Em nota divulgada pela prefeitura de Curitiba, o prefeito justificou que quer destinar todo o seu tempo ao processo eleitoral. ?Tomei a decisão de me licenciar do cargo de prefeito de Curitiba por acreditar que ainda é possível resgatar na política os valores éticos e morais que se perderam ao longo dos últimos anos. Não é possível admitir que a mentira prevaleça sobre a verdade e a justiça e que manobras eleitoreiras continuem a ludibriar o eleitor?, disse o prefeito, já em tom de discurso eleitoral.

Adesão

A licença de Beto Richa havia sido cogitada no primeiro turno da campanha eleitoral. Mas apenas para reforçar a campanha de Alckmin, já que até o dia 1.º de outubro, Beto ostentava uma posição de neutralidade. Ele mantinha uma ligação com o governador licenciado Roberto Requião e não atendeu aos apelos dos tucanos vinculados a Osmar para que apoiasse o pedetista. Durante toda a discussão sobre a validade da aliança entre PMDB e PSDB para a sucessão estadual, Beto não se pronunciou. Depois de desfeito o acordo pela direção nacional, Beto continuou mantendo distância das candidaturas ao governo, argumentando que se tratava de uma estratégia para manter os apoios que Alckmin tinha junto aos eleitores de Osmar e de Requião.

A posição durou até o momento em que, contrariando as previsões, Osmar e Alckmin chegaram ao segundo turno das eleições. Três dias depois da eleição, o prefeito de Curitiba aderiu à campanha de Osmar, após comunicar sua decisão a Requião, que tinha a esperança de que o prefeito de Curitiba mantivesse a posição do primeiro turno.

O apelo do governador em exercício, Hermas Brandão, não surtiu efeito, desta vez. Além de reforçar a campanha de Osmar, Beto também retirou da campanha de Requião o vice-prefeito Luciano Ducci e outros integrantes da prefeitura que trabalhavam pelo peemedebista, em Curitiba.

Para o governador em exercício, a opção de Beto determinou o futuro das composições para a disputa da prefeitura de Curitiba em 2008. Para ficar neutro, o PMDB havia oferecido ao tucano a possibilidade de apoiar sua reeleição, neutralizando a principal força adversária na disputa. ?Ele escalou os adversários?, afirmou Brandão. 

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