O prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB) admitiu, ontem, que deverá mesmo ser adversário do senador Osmar Dias (PDT) nas eleições para o governo do Estado, no ano que vem.
Em entrevista à rádio Band News, Beto disse que trabalhará até o fim para manter a aliança com o PDT, mas que, com o surgimento de duas candidaturas fortes, ficou difícil a composição.
“Se não for possível (a manutenção da aliança), o Paraná sairá ganhando da mesma forma, porque poderemos travar com o Osmar um bom debate, debate de boas propostas. É o meu estilo e conheço o estilo do Osmar, de campanha propositiva, sem ataques rasteiros, limpa, sem agressões. Porque isso não interessa ao paranaense que quer saber o que o candidato propõe para o Estado”, disse o prefeito, já prevendo o insucesso da composição.
“Existe o respeito, entrosamento e amizade entre as lideranças dos partidos e o desejo de caminharmos juntos, o que dificultou foi o surgimento de duas candidaturas de peso. Dificultou o entendimento, mas o respeito permanece e ainda vamos tentar um desfecho satisfatório”, continuou, querendo mostrar que ainda torce pela aliança.
Sobre sua disposição em disputar o governo, Beto disse sentir-se “maduro, experiente e preparado o suficiente para tamanha responsabilidade” e afirmou que, apesar do desejo de um dia ser governador, só colocou o nome à disposição do partido “após apelos dos companheiros que viram um grande espaço para uma nova candidatura, com ideias mais arejadas, visão mais moderna, que represente a renovação política do nosso Estado”.
O senador Osmar Dias, provável principal adversário de Beto Richa nas eleições do ano que vem, não quis comentar as declarações do prefeito. O senador disse apenas que não via novidades no que foi afirmado pelo tucano e que, “se ele já está prevendo como será o debate, é porque já decidiu que é candidato”.
Como Osmar considera irreversível sua candidatura e sempre afirma que o PDT é o único partido que já tem candidatura definida, o embate será inevitável. O afastamento de tucanos e pedetistas fica mais visível se comparadas as agendas dos partidos para este final de semana.
Enquanto o PSDB prepara um grande encontro regional com lideranças do partido de todo o Estado para sábado, em Curitiba, Osmar Dias tem uma agenda que o mostra afinado com o governo Lula e o PT.
Hoje, ele acompanha a visita do presidente Lula a Curitiba e, no final de semana vai a Toledo para comemorar o recorde do PIB agrícola e a Cascavel para a inauguração de obras federais, acompanhado pelos ministros Reinhold Stephanes (PMDB) e Paulo Bernardo (PT).
Ao contrário de lideranças de outros partidos, Osmar não participará do evento tucano que, segundo o presidente estadual do partido, Valdir Rossoni (PSDB) “é o início do processo de organização para a disputa eleitoral de 2010”, e discutirá as alianças políticas o projeto de governo.
Cúpula do PSB garante que está com Beto em 2010
Beto Richa recebeu, ontem, na Prefeitura de Curitiba, a visita de um grupo com as principais lideranças do PSB do Paraná. Entre eles o deputado estadual Reni Pereira.
A cúpula foi reafirmar o apoio à candidatura de Beto ao governo do Estado, com intenção de desfazer mal entendido após Pereira propor um plano B ao partido. Na última semana, Reni Pereira convidou o presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Vitor Hugo Burko (PV) para ingressar no partido e ser pré-candidato do PSB ao governo.
A justificativa era que, com a possível candidatura do deputado federal Ciro Gomes à Presidência da República, o PSB do Paraná tinha de pensar em construir um palanque forte para Ciro.
Pereira alegou, ainda, que o apoio declarado do PSB aos tucanos é apenas para o caso de Beto ser o candidato. Como o, partido tem dois pré-candidatos (o senador Alvaro Dias está na disputa) o PSB teria de se preparar para caso o prefeito não dispute o governo.
A iniciativa de Reni Pereira não agradou a direção do PSB. O presidente do partido, Severino Araújo e o vice-prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (que assumir a prefeitura se Beto disputar) criticaram sua postura e o desautorizaram Pereira a fazer convites em nome do partido. Reni Pereira disse não entender porque causou tanta polêmica. A visita de ontem serviu para deixar claro que o partido segue fiel ao tucano. (RP)