Bombeiro

Beto não quer bate-chapa de aliados na AL

Os deputados Valdir Rossoni (PSDB) e Durval Amaral (DEM) anunciaram ontem, que não serão adversários na disputa pela presidência da Assembleia Legislativa, na eleição da nova Mesa Diretora em fevereiro de 2011.

Um deles será candidato ao cargo com o apoio do outro. O pacto atendeu a uma recomendação do governador eleito Beto Richa (PSDB) que agiu preventivamente para impedir uma divisão na sua base de apoio na Assembleia Legislativa.

Amaral, presidente em exercício do diretório estadual do DEM e Rossoni, presidente do PSDB do Paraná, já estavam em campo em busca de apoios das bancadas dos partidos aliados e de oposição para seus projetos.

Prevendo que o choque seria inevitável, o grupo de Beto ponderou que era melhor buscar o entendimento desde já. “O Beto nos fez entender que neste momento não é saudável para a base de apoio do governo dele uma disputa”, disse Rossoni.

Mas o formato final do acordo somente será conhecido depois que Beto Richa escolher o seu secretariado. Uma das possibilidades é que um dos deputados esteja entre eles.

Rossoni já deixou claro que se não for candidato a presidência da Assembleia não irá disputar outro cargo na chapa. Rossoni é o atual 2º secretário da Mesa Executiva e já foi também 1º secretário.

Ao tucano, interessa somente a presidência na próxima eleição. Ele já concorreu ao cargo, quando exerceu a liderança do governo de Jaime Lerner, mas perdeu a eleição para o deputado Nelson Justus (DEM), logo após a morte do deputado Anibal Curi, em agosto de 1999.

Tanto Rossoni quanto Amaral podem ser compensados se forem preteridos na indicação para a presidência. Amaral sempre teve o sonho de ser conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.

Na derradeira disputa por uma cadeira de conselheiro, Amaral concorreu com o ex-secretário da Educação Maurício Requião. Rossoni é apontado como um dos nomes que poderia ocupar a chefia da Casa Civil do governo se não for candidato.

Além de serem aliados do governo eleito, Amaral citou que uma velha amizade o une a Rossoni, desaconselhando a disputa. “Em homenagem ao Beto, vamos fazer o entendimento. Além disso, estamos juntos há oito anos na oposição. Não iria fazer sentido disputarmos entre nós”, justificou Amaral.

Composição

Amaral e Rossoni já estavam em negociações pela apoio da maior bancada na Casa, na atual e na próxima legislatura, o PMDB. Agora, vão buscar convencer o PMDB a compor uma chapa única com o PSDB, DEM e aliados.

“Vamos passar a conversar com toda a oposição”, disse Rossoni. Para o PMDB, o tucano acha que o espaço na chapa deve ser proporcional ao tamanho da bancada. O tucano acredita que também pode haver acordo com o PT.

“Nós temos que discutir o processo de renovação da Assembleia”

O acordo entre Valdir Rossoni (PSDB) e Durval Amaral (DEM) não altera a posição do PMDB na disputa por espaço na próxima Mesa Diretora da Assembleia. O deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB) acha que o partido deve se juntar ao PT, PDT, PSC e PV para formular um projeto de gestão a ser discutido com o grupo governista, que pretende assumir o comando da Mesa.

“Nós temos que discutir o processo de renovação da Assembleia. Uma agenda de trabalho para discutir com eles se quiserem fazer a composição”, afirmou Romanelli, um dos nomes cotados para ser o representante do PMDB numa possível composição com o PSDB e DEM. “Os partidos que não estão na base de sustentação devem ter a capacidade de diálogo e construir uma agenda pautada pela renovação, de acordo com as exigências do movimento O Paraná que Queremos”, afirmou.

O atual 1º secretário da Mesa, Alexandre Curi, peemedebista c,om ligação estreita com o governador eleito, Beto Richa, e seu grupo, disse que o consenso na futura base governista é favorável à Assembleia.

“Acho que é benéfico à Casa”, comentou Curi, o nome que seria indicado 1º secretário, na chapa que Amaral estava montando. Já a indicação de Romanelli encontrava maiores possibilidades na chapa de Rossoni.