A nove dias da eleição, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, pediu férias do cargo para ajudar na campanha eleitoral dos candidatos majoritários do PT do Paraná. Bernardo fica afastado do Ministério até o dia 1.º de outubro, data da eleição, conforme publicado no Diário Oficial de ontem. Em seu lugar, assume interinamente o secretário executivo do Planejamento, João Bernardo Bringel.
Bernardo já começou a trabalhar ontem em Curitiba. Ele se reuniu com o coordenador de comunicação da campanha, Oliveiros Marques.
Oficialmente, Bernardo vem para atuar não apenas da campanha de sua mulher, a ex-diretora financeira da Usina de Itaipu e candidata ao Senado, como também na campanha do candidato ao governo, Flávio Arns. E ajudar na mobilização da campanha à reeleição do presidente Lula no Paraná.
Bernardo é do grupo do PT do Paraná que, desde a primeira hora, defendeu a candidatura própria do partido ao governo. O ministro também é da ala que nunca teve simpatia por uma aliança com o PMDB, que resultasse no apoio à reeleição do governador Roberto Requião. Recentemente, o ministro causou um alvoroço no núcleo de campanha de Gleisi ao fazer críticas sobre a administração do Porto de Paranaguá, enfurecendo o governador que ensaiava o apoio à candidata ao Senado. Muita conversa foi necessária para Requião se reaproximar e finalmente, oficializar sua opção pela candidatura da petista, que está em segundo lugar na disputa, atrás do senador Álvaro Dias (PSDB).
Salto
Na avaliação da cúpula do PT paranaense, Gleisi ainda pode ultrapassar o senador Alvaro Dias e ganhar a única vaga em disputa para o Paraná no Senado, este ano. ?A Gleisi tem chance de vitória e, além disso, a campanha de Lula no Paraná é uma responsabilidade nossa?, afirmou o presidente estadual do PT, deputado André Vargas.
Na pesquisa divulgada anteontem pelo Instituto Datafolha, Gleisi subiu de 17% para 22%. Embora o candidato tucano esteja bem à frente, com 50% das intenções de votos, na pesquisa espontânea, Gleisi está com 17% e Alvaro com 21%. O comando da campanha petista acredita que é possível superar a distância que separa os dois candidatos na reta final já que Gleisi começou com apenas 2% nas pesquisas.
Sobre o desempenho do senador Flávio Arns, o presidente estadual do partido comentou que é preciso aguardar a última semana da campanha. ?O Flávio está fazendo um bom trabalho. As pessoas gostam dele, mas numa disputa polarizada, qualquer um teria dificuldades?, afirmou.