Bernardo diz que PT entrará de cabeça na campanha de Osmar

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, falou ontem sem rodeios sobre as conversas entre PT e PDT para as eleições de 2010. Cravou que os dois partidos querem criar um programa de governo juntos e que ao PT interessa somente duas coisas: ganhar o governo do Estado e reforçar a campanha presidencial da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

“Queremos que o PDT entre de sola na campanha da ministra Dilma e nós vamos entrar de cabeça na campanha do senador Osmar Dias”, afirmou Bernardo, quando questionado sobre a posição de Dias de que não quer a aliança com o PT apenas para formar palanque para Rousseff. O senador quer o comprometimento e empenho do PT caso os dois partidos sejam aliados para as eleições do ano que vem.

No sábado passado, junto com a presidente estadual do PT, Gleisi Hoffmann, Bernardo e Dias almoçaram com o prefeito de Matinhos, Eduardo Dalmora (PDT). As especulações sobre um avanço nas negociações para a aliança vieram após o encontro.

O ministro não negou que um dos assuntos do almoço foi a parceria entre PT e PDT. E disse que o PT vai sim entrar com tudo na campanha de Dias. “Nos últimos dias, ficou bastante claro que o senador Osmar Dias vai ser candidato e isso reforça (a possibilidade) de irmos junto”, contou.

O ministro ponderou dizendo que o PT também tem conversado com o PMDB, com o governador Roberto Requião e com o vice-governador Orlando Pessuti, que quer se candidatar ao governo do Estado em 2010.

“A coisa toda será definida mesmo em abril do ano que vem. Quando chegar março, o Requião vai renunciar para ser candidato ao Senado. É o que se espera. Beto Richa (prefeito de Curitiba) vai renunciar para ser candidato à governador. A partir daí, virão todas as definições”, explicou Bernardo.

O ministro quis ressaltar o quanto é importante o apoio do PT em uma eleição. Ele lembrou que o governador Requião foi eleito em 2002 e em 2006 com apoio do partido. “A nossa força não é pequena não”, avisa.

Vereadores

Sobre a aprovação em primeiro turno, na Câmara Federal, da criação de mais vagas para vereadores, Bernardo externou certa preocupação. Para o ministro, pode ainda haver um questionamento jurídico sobre o assunto.

“É um risco muito grande no aumento de gastos. Eles colocaram uma possibilidade de redução que é maior do que o gasto atual. E também acho que tem uma dúvida jurídica, inclusive manifestada pelo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral, ministro Carlos Ayres Britto), de que esse argumento vale a partir de agora. Fica meio esquisito porque a eleição foi há quase um ano e a posse dos vereadores aconteceu em janeiro. Ficaria esquisito dar posse para todo mundo agora”, opinou.

Bernardo participou ontem, em Curitiba, de um encontro sobre o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. O evento foi promovido pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon/PR) e pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Paraná (Crea/PR).