Eleições 2010

Bernardo diz que acordo com Osmar só no segundo turno

Um dos artífices da aliança entre o PDT e o PT no Paraná, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que o acordo tende a ficar para o segundo turno. Para o ministro, os dois partidos chegaram ao limite das negociações.

“Nós não temos como atender ao senador Osmar Dias. E se não for possível avançar, não vamos nos tornar inimigos ou adversários. Quem sabe, seja possível, no segundo turno”, afirmou o ministro.

Ao condicionar a aliança à candidatura da ex-presidente estadual do PT Gleisi Hoffmann a vice-governadora na chapa do senador Osmar Dias ao governo, o PDT colocou um obstáculo intransponível para o avanço das negociações, afirmou Bernardo.

“Acho uma pena, lamento porque estamos tentando construir essa aliança há quase um ano. Nunca enganamos ninguém. Nós estávamos abrindo mão de uma candidatura ao governo para fazer a campanha do senador Osmar Dias. Mas queremos indicar o candidato ao Senado. E não vamos ceder”, afirmou o ministro.

Ao contrário de outras lideranças do PT, Bernardo usou um tom suave para analisar o impasse. “Não podemos transformar uma tentativa de aliança numa encrenca. O senador Osmar Dias nos ajuda em Brasília, assim como o seu partido. Eles são nossos aliados. Temos um impasse. É isso”, afirmou.

Bernardo não vê muitas possibilidades de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva interferir em favor de uma mudança de posição de Gleisi na chapa. “Não sei, mas nós já conversamos com o presidente e, na reunião da semana passada, o presidente Lula disse ao senador Osmar Dias que a Gleisi iria disputar o Senado. Se ele achar que é razoável, pode pedir para mudar, mas não sei se fará isso”, disse.

Confiança

Sobre as críticas feitas por pedetistas de que a candidatura de Gleisi ao Senado é um projeto pessoal do ministro e da ex-presidente do PT, Bernardo comentou que todo projeto político tem um componente pessoal.

“A Constituição Federal não proíbe que as pessoas tenham projetos. É permitido”, ironizou o ministro. A posição de Gleisi na chapa não altera o grau de participação do PT na campanha, observou o ministro do Planejamento.

Ele assegura que o PT é um partido de militância, que se alinha, e faz a campanha que o partido apoiar. “Nós fizemos a campanha do Requião, em 2006, sem que ele ao menos fosse receber o presidente Lula em Curitiba. O PT tem essa vantagem. As pessoas, às vezes, subestimam nosso partido. Mas, em 2006, o apoio do PT definiu a eleição”, afirmou Bernardo, sobre o temor dos pedetistas que o aliado privilegiasse a campanha ao Senado em detrimento da campanha de Osmar. “Isso é falta de confiança”, emendou.

Se a conversa com o PDT não for retomada, o caminho do PT será a candidatura própria ao governo, apontou Bernardo. Ele não vê perspectivas de um acordo com o PMDB, que trabalha a pré-candidatura do governador Orlando Pessuti. Na próxima segunda-feira, a executiva estadual se reúne para tratar do assunto.