Battisti nega ter falsificado documentos no Brasil

Ao ser interrogado hoje pelo juiz da 2ª Vara Federal, Rodolfo Kronemberg Hartmann, o ex-ativista político italiano Cesare Battisti negou ter falsificado documentos no Brasil ou usado um passaporte francês que a Polícia Federal apreendeu na sua casa, um dia após sua prisão, em março de 2007. Em nome de um francês, o documento tinha a foto de Battisti e um falso carimbo da Polícia Federal. Na casa, o delegado Flavio Galvão apreendeu também o original do carimbo.

Battisti disse ao juiz não ter usado este passaporte que lhe foi encaminhado por italianos ligados a movimentos franceses de refugiados, junto com o carimbo, quando já morava no Rio. Ele deixou a França após a derrota de François Mitterrand, no início da gestão de Jacques Chirac, diante de uma da mudança de posição do novo governo com relação aos refugiados.

Seu ingresso no Brasil foi por Fortaleza, em setembro de 2004, com um passaporte italiano que, segundo declarou, lhe foi dado por membros do governo francês. O documento era oficial, com dados verdadeiros de um italiano, mas com a foto do ex-terrorista. Mesmo este passaporte italiano, segundo sua versão, não teria sido usado, pois ao desembarcar na capital cearense já era esperado por policiais franceses e brasileiros que facilitaram seu ingresso. O documento, segundo ele, foi roubado um ano depois de sua chegada, em um hotel do bairro da Glória, no Rio.