Banco Central terá de auxiliar Comissão

Por determinação da 2.ª Vara Criminal da Justiça Federal e decisão da juíza Bianca Geórgia Cruz Arenhart, o Banco Central está obrigado a repassar à CPI do Banestado na Assembléia Legislativa todas as informações sobre os processos administrativos que apontam para o depreciamento do banco estatal.

Ao mesmo tempo, o despacho da juíza também determina a quebra de sigilo bancário para todos os procedimentos que tratavam das operações duvidosas e que estão além do relatório de 22 mil páginas, onde 77 ex-diretores e ex-conselheiros do banco foram processados administrativamente e apenas dois foram absolvidos.

O despacho atende a solicitação da comissão, que agora dispõe das auditorias internas e externas realizadas na instituição e em 40 processos administrativos que tiveram o sigilo bancário quebrado, o que engloba o Banestado comercial e todo o conglomerado de empresas coligadas. As informações se referem ao período que vai de 1990 até 2000, quando aconteceu a privatização.

Audiência pública

O diretor executivo de Relações Institucionais do HSBC, Hélio Ribeiro Duarte, o ex-funcionário do banco, Wagner Cimino, que atuou na área de privatizações do banco CCF Brasil, hoje integrante do HSBC, e Venilton Tadini, que foi diretor da Fator Projetos e Assessoria, que participou do consórcio responsável pela definição do preço mínimo do Banestado para leilão, são os depoentes de hoje na CPI do banestado na Assembléia Legislativa.

A audiência pública começa às 10h, no plenarinho da Casa. O presidente da comissão, deputado Neivo Beraldin (PDT), está convencido de que o Banestado teve seu valor de venda subfaturado.

Na última sessão pública realizada pela comissão foram ouvidos o ex-vice-presidente do banco, Valmor Picolo; o ex-gerente de agência XV de Novembro, Odair Turchetti, e as assistentes de gerência Lurdes Maria Perin Vieira e Cristina Barwinski. À exceção de Picolo, todos trabalharam na agência XV de Novembro, à época em que o ex-gerente de Câmbio Eraldo Ferreira captava “aplicações” para serem remetidas ao exterior através de doleiros.

Deputados definem agenda

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Banestado, que investiga a evasão ilegal de divisas do Brasil, adiou para hoje a reunião administrativa em que deve definir o calendário de suas atividades durante o mês de setembro. Esta será a primeira reunião da comissão após a ida de seus integrantes – incluindo o presidente da CPI, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), e o relator, deputado federal José Mentor (PT-SP) – aos Estados Unidos, para realizar diligências.

Com a visita, em agosto, os parlamentares obtiveram da Procuradoria de Justiça de Manhattan, em Nova York, 270 caixas de documentos com toda a movimentação bancária da agência do Banestado naquela cidade.

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