Preocupação

Assembleia quer saber mais sobre a nova gripe

O presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, deputado estadual Ney Leprevost (PP) anunciou que irá protocolar um ofício hoje, 5, pedindo esclarecimentos ao secretário da Saúde, Gilberto Martin, sobre a política do governo estadual de combate à disseminação à gripe A, o número de casos da doença registrados no estado e das mortes relacionadas ao vírus.

Leprevost justificou que há um desencontro entre as informações oficiais e extra-oficiais sobre a intensidade da propagação da doença e seus índices de letalidade.

Leprevost disse que irá solicitar que as respostas sejam dadas em vinte e quatro horas. E que se não forem satisfatórias, irá propor a convocação do Secretário para que forneça às informações diretamente aos deputados. “Está na hora de o governo falar frente a frente com a população. Nós precisamos saber o tamanho do problema no estado”, disse o deputado.

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Leprevost: critica ao ministro.

Os questionamentos de Leprevost sobre a atuação dos governos estadual e federal foram feitos durante a palestra do pneumologista e professor do curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica (PUC), Marcos Henrique Nascimento, que falou em plenário sobre a doença a convite da Mesa Executiva da Assembleia Legislativa durante a sessão de ontem à tarde.

Durante a sessão, alguns deputados perguntaram a opinião do especialista sobre a condução da política de combate à gripe pelo Ministério da Saúde. O médico afirmou que não se deve “politizar uma situação” que é grave e que o importante é salvaguardar a saúde da população.

Leprevost criticou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que esteve ontem em Curitiba. De acordo com o deputado, o ministro está “minimizando” os efeitos da gripe suína no país.

O médico disse que, além das medidas adotadas pelas autoridades responsáveis pela saúde pública, a contenção da doença está nas mãos de cada cidadão. “Como em toda a epidemia, cada um de nós é um veículo de transmissão de informações”, disse o pneumologista, acrescentando que a prevenção ainda é a melhor forma de combate à doença.

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Agência Brasil
Temporão minimiza?

Leprevost perguntou ao médico se ele recomendava a suspensão das sessões legislativas tendo em vista as condições do plenário, um espaço sem janelas, forrado com carpete e sem nenhum tipo de ventilação natural. O médico disse que a decisão cabe à Assembleia, mas afirmou que o plenário é um ambiente propício à proliferação de qualquer tipo de vírus e bactérias.

O presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Justus (DEM), descartou, por enquanto, a suspensão das sessões. A restrição do acesso a visitantes ao plenário e a distribuição de álcool em gel no plenário e em alguns andares do prédio destinado aos deputados foram as medidas adotadas até ontem. Justus também anunciou que estão canceladas todas as audiências e reuniões públicas que estavam programadas para este mês.