Alvaro não sai do PSDB, apesar de convite do PFL

Centro de especulações sobre uma suposta mudança de partido, o senador Alvaro Dias afirmou ontem a O Estado que não vai deixar o PSDB. Nos últimos dias, Alvaro recebeu diversos convites de filiação. O mais recente foi feito pelo presidente estadual do PFL, deputado Abelardo Lupion e também foi recusado.

A poucos dias do encerramento do prazo de filiações para os candidatos em 2006, o senador tucano deixou claro que não cogita se afastar do PSDB, embora se sinta honrado com as propostas que recebeu. Alvaro não revela os partidos que o procuraram. Apenas confirmou, sem fornecer mais detalhes, o convite do PFL, que classificou como "um dos partidos mais organizados e competentes do País".

Em um dos seus melhores momentos no Senado e no PSDB, Alvaro contesta as versões de setores tucanos do Estado que consideraram a resolução aprovada esta semana pela direção nacional do partido uma medida para favorecê-lo na definição das candidaturas nas eleições do próximo ano. A resolução estabelece critérios para que o PSDB escolha seus candidatos ao governo e ao Senado nas eleições do próximo ano. Um deles é que deve haver uma pesquisa de intenções de votos para orientar essa escolha.

Alvaro disse que o documento atendeu a diversas situações no País, onde havia um impasse na discussão sobre a formação das chapas majoritárias. Em vários estados, citou o senador, há conflitos. Ele mencionou o caso do PSDB do Amapá onde o diretório já tinha uma pré-candidatura ao governo, a de um deputado estadual, mas teve que rediscutir o assunto diante da entrada do senador Papaléo Paes no partido. O senador também tem pretensões de concorrer ao governo e estava sendo descartado porque, recém-chegado ao partido, não tinha inserção nos diretórios. Agora vai, pelo menos, poder disputar a indicação, destacou.

"A resolução foi uma medida de caráter geral, em função do projeto nacional do partido. Havia uma discussão sobre a estratégia que o partido deveria adotar e assim foi aprovada essa orientação", comentou o senador. Ele disse ainda que o caso do Paraná, onde uma ala do partido prefere uma aliança com o PDT para o governo e trabalha pela candidatura do deputado estadual Hermas Brandão ao Senado, também foi considerado pelo diretório nacional, mas que foi apenas uma das situações.

Alvaro citou que, por conta de discordâncias sobre a definição das chapas, o PSDB até perdeu um senador, Almeida Lima, de Sergipe, que anunciou sua filiação ao PMDB. O senador sergipano deixou o partido porque não houve acordo sobre como seria a escolha do candidato ao governo.

Para o senador paranaense, a exigência de realização de pesquisas de intenção de votos faz com que a vontade popular seja respeitada e implica também aumentar as chances de vitória do partido. "Isso evita que se leve a decisão para a convenção, onde as cartas são marcadas. A resolução visou estimular o fortalecimento do partido e das candidaturas próprias, onde for possível. O que se busca é uma sintonia da direção nacional com a direção estadual em benefício do projeto partidário", afirmou.

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