Alvaro fala dos obstáculos para 2010

No segundo dia útil do ano, o senador paranaense Alvaro Dias (PSDB) já abriu a temporada 2008 de especulações. Ele revelou a intenção de voltar a concorrer ao governo do Estado, em 2010, mas reconheceu que, para isso, terá de passar por dois obstáculos internos: o colega de partido Beto Richa e o irmão Osmar Dias (PDT).

?Confesso que não estaria pensando em voltar ao governo do Estado, mas tem muita gente me convocando para isso e, se, no momento certo, achar que devo, reagirei atendendo a essa convocação?, disse. Como estratégia para a definição da candidatura, Alvaro revelou que pretende encomendar pesquisa de opinião assim que tforem encerradas as eleições municipais para avaliar sua popularidade. Se o resultado for positivo, aceitará entrar na disputa. ?Tudo vai depender de uma avaliação da opinião pública e do quadro partidário?, comentou.

Alvaro reconheceu, no entanto, que um empecilho à sua candidatura é a já declarada intenção de seu irmão, o também senador Osmar Dias, disputar o governo do Estado. ?A ambição dele em ser governador é legítima. Creio que ele também fará a mesma avaliação no momento correto?, declarou. ?É impossível que as duas avaliações indiquem a candidaturas diferentes, pois sempre estivemos juntos, ocupamos o mesmo espaço. Somos irmãos, temos que ver quem terá as melhores possibilidades?, disse, reforçando que as candidaturas não serão decididas em ?conversas de família, de clube de amigos ou de botecos?.

Mas, além da articulação com o irmão para saber qual membro da família deverá disputar a sucessão de Roberto Requião (PMDB), Alvaro também se depara com um outro possível candidato dentro de seu partido. Motivados pela grande popularidade do prefeito de Curitiba, dirigentes do PSDB estadual defendem a candidatura de Beto Richa para o governo do Estado em 2010. Para ele, essa situação está praticamente descartada. ?Ele já disse para O Estado do Paraná que se for reeleito não disputará o governo, e acredito não ser uma boa idéia ele deixar de se candidatar para a Prefeitura já pensando em 2010?, declarou, ressaltando que dois anos sem atividade seriam muito prejudiciais ao atual prefeito da capital. ?Como na física os espaços vazios são ocupados, um político não pode ficar dois anos sem atuar. Beto Richa é jovem e será candidato a governador em outra oportunidade?, analisou.

Ano para esquecer

O senador avaliou 2007 como um ano para ser esquecido no Senado. ?Ficamos oito meses discutindo o caso Renan Calheiros, que proporcionou um imenso desgaste da imagem do Senado perante a sociedade?, disse, lembrando que o estrago perante à opinião pública só não foi maior por conta do ?reencontro com os anseios da sociedade e declaração de independência da Casa ao vetar a prorrogação da CPMF?. Mas Alvaro ressaltou que é possível tirar lições da crise vivida pelo Senado em 2007. ?O ano que passou deixou clara a necessidade de mudanças, especialmente no trato das questões éticas, além de mudança de postura e ações positivas?, declarou.

Para Dias, o Senado tem a chance de recuperar sua credibilidade em dois assuntos importantes pautados para 2008. ?Já em fevereiro, discutiremos a Emenda 29, que define e escalona os recursos para a saúde. Se regulamentada, a emenda acaba com o discurso de que a saúde pública depende da CPMF?, disse, revelando que a discussão da reforma tributária é o outro dever da Casa.

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