Álvaro Dias e Requião intensificam troca de ataques

A polarização entre Álvaro Dias (PDT) e Roberto Requião (PMDB) na disputa pelo governo do Paraná começou a esquentar os programas do horário eleitoral gratuito e os e-mails mandados à imprensa pelas assessorias. Álvaro, que lidera a pesquisa do Ibope/Rede Paranaense de Comunicação, com 34% das intenções de voto, é o alvo preferencial dos ataques Até mesmo sua vida privada começa a ser explorada. Requião tem 27% das preferências populares. Os adversários “ressuscitaram” antigas imagens e discursos para desacreditá-lo perante o eleitorado.

Tudo aponta que nas últimas semanas o nível baixará mais, numa amostra do que pode vir no segundo turno. As imagens do cantor Wando, que fazia campanha para Álvaro, distribuindo calcinhas e fazendo gracejos impublicáveis, ainda são exploradas por seus opositores. De outro lado, os partidários de Álvaro mostram imagens de Requião e sua voz dizendo que se aliaria até ao diabo.

O candidato do PMDB diz que sua fala foi retirada de uma conferência, quando citava um discurso de Winston Churchil que teria dito que se Hitler invadisse o inferno ele seria aliado do diabo. Até agora, nem um nem o outro foram prejudicados nas pesquisas por esses ataques.

O governador do Paraná, Jaime Lerner (PFL), incorporou-se à campanha de Beto Richa (PSDB), terceiro colocado nas pesquisas, com 9% de intenções de voto, inclusive com um pedido de licença do governo estadual. O objetivo é fazer com que o candidato derrube um dos dois adversários para chegar ao segundo turno. Ainda é cedo para saber se a presença do governador vai ajudar. Na mesma pesquisa do Ibope, 55% disseram desaprovar a forma como Lerner administra o Estado. Seu procedimento foi apoiado por 33% dos entrevistados, enquanto 12% não responderam.

É possível até que muitos não entendam a presença de Lerner no palanque de Richa, visto que o candidato várias vezes tentou desvincular-se do atual governo, além de ter feito críticas aqueles que chamou indiscriminadamente de “políticos do milênio passado”. Com mais tempo de televisão, os coordenadores da campanha de Richa exploram mais os ataques tanto a Álvaro quanto a Requião, ambos ex-governadores. Em recente entrevista a um dos jornais de Curitiba, Richa disse que os ataques continuarão. “Nas próximas três semanas vão cair as máscaras que encobrem meus adversários”, afirmou.

Outros candidatos ao governo que apareciam com possibilidades de conquistar eleitores – Padre Roque (PT) e Rubens Bueno (PPS) – acabam não tendo nem tempo de expor com profundidade suas propostas e muito menos para tentar minar outras candidaturas. Apesar de ambos terem tido um crescimento na última pesquisa – Padre Roque saiu de 6% e foi a 8%, enquanto Rubens Bueno foi de 1% para 2% – as chances de tentarem o segundo turno é muito remota.

Os outros candidatos – Cirus Itiberê da Cunha (PSD), José Gladston Bispo (Prona), Abrahão Júnior (PTC), Severino Nunes de Araújo (PSB), Giovani Gionédis (PSC), Jamil Nakad (PRTB) e Claudemir Figueiredo Pessoa (PSTU) – estão na campanha mais para colocarem suas idéias para a discussão e se tornarem conhecidos do que para efetivamente tentar ganhar a eleição.

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