Aliança com PMDB continua dividindo os tucanos

O candidato a deputado estadual Paulo Cesar Rossi (PSDB) ingressou ontem, com um pedido de impugnação da aliança entre o PMDB e os tucanos no Tribunal Regional Eleitoral. A petição do tucano para anular a aliança foi protocolada às vésperas do vencimento do prazo para a apresentação de pedidos de impugnação de candidaturas, que vence hoje, 15, às 19h. Os alvos das ações terão sete dias para apresentar a defesa, antes de o TRE começar o julgamento dos pedidos.

Não foi a primeira tentativa de Rossi de revogar a aliança tucano-peemedebista. No final de junho, ele foi o autor de uma queixa ao diretório nacional denunciando o acordo como lesivo aos interesses do partido no estado. Logo depois, o senador Tasso Jereissati, presidente nacional do PSDB, baixou a resolução anulando a coligação, aprovado na convenção estadual tucana, que desencadeou a discórdia entre o partido no estado, rachado entre os grupos e pró e contra a aliança com o PMDB. Segundo informou o TRE, a resolução do diretório nacional foi o fundamento do pedido de impugnação.

O deputado Hermas Brandão disse ontem que estava tranqüilo quanto ao desfecho do conflito, mas que está pronto para o combate. "Se eles entrarem com uma ação, nós vamos entrar com outras seis. Já estão prontas. Vai ser um melado geral", afirmou Brandão, indicado pela convenção candidato a vice-governador da aliança.

Brandão disse que não interessa à direção nacional alimentar este conflito no Paraná. "Eles têm interesse na coligação para fortalecer nossa candidatura à presidência da República", afirmou o dirigente tucano.

O presidente estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, afirmou que não estava informado sobre a ação. Mas que todo o filiado do partido tem direito a recorrer à Justiça para contestar decisões com as quais não concorde.

Pacificação

O senador Álvaro Dias (PSDB) defendeu ontem um cessar-fogo entre as duas alas. Indicado candidato ao Senado novamente, na chapa registrada pelo PSDB no Tribunal Regional Eleitoral, Alvaro disse que os grupos deveriam aguardar a decisão da justiça eleitoral paranaense e se submeter a ela, abdicando de ajuizar novas ações. Mesmo sendo um dos primeiros a se manifestar contra a aliança, Alvaro disse que uma guerra de ações judiciais e liminares não será benéfica a nenhum dos lados. "Se o Tribunal acolher a proposta de anulação da aliança, encerramos por aí. Se considerar a aliança válida, o assunto também deve ser encerrado. Está na hora de fazermos campanha", disse o senador.

Ele mencionou que todos já apresentaram suas posições e que cabe ao Tribunal Regional Eleitoral decidir se aceita o registro da chapa coligada com o PMDB. "Não vamos ficar demandando a campanha inteira. Senão vai ser liminar de cá, liminar de lá, e vai começar o horário gratuito no rádio e na televisão e nós vamos estar nessa disputa", comentou o senador.

Independente de a aliança ser reconhecida legalmente, o senador acha que o pensamento de cada setor do partido já está devidamente registrado. "A convicção pessoal de cada um não será alterada em função de uma formulação legal. Se houve um equívoco político nesse processo, paciência. Se houve erros na condução, lamento. Eu alertei. Temos é que ir em frente porque todos os procedimentos já foram adotados por ambas as posições", afirmou Alvaro, que irá apoiar informalmente a candidatura do irmão, o senador Osmar Dias (PDT), ao governo do Estado.

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