Alckmin pega uma carona com José Serra

Foto: Agência Brasil

José Serra: esforço para vencer no primeiro turno.

Para tentar reduzir ainda mais a distância de seu candidato em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de intenção de voto e consolidar uma possível vitória no primeiro turno em São Paulo, o PSDB tem cada vez mais colado a imagem do ex-governador Geraldo Alckmin à do ex-prefeito José Serra durante suas visitas de campanha na capital paulista.

Ontem, o candidato à Presidência (Alckmin) e o candidato ao governo do Estado (Serra) foram juntos até o extremo leste de São Paulo, no bairro de Itaim Paulista, para um corpo-a-corpo com eleitores. A zona leste, maior colégio eleitoral da capital, com 2,7 milhões de eleitores, é um tradicional reduto do PT, onde os tucanos têm conquistado cada vez mais espaço a cada eleição.

Alckmin defendeu políticas de incentivo às regiões metropolitanas do Brasil e disse que estuda uma redução de impostos sobre o combustível como forma de baratear o preço das passagens do transporte público. Serra prometeu levar para a região "um metrô de superfície" e afirmou que, em seu governo, a Prefeitura fez pela zona leste (em um ano e meio) mais que as outras gestões fizeram nos quatro anos em relação à pavimentação de ruas.

Os dois chegaram juntos e discursaram num palanque improvisado de uma praça. Alckmin partiu para o ataque: "Se Deus quiser, com o apoio de vocês, vamos substituir o mensalão pelo emprego e acabar com esta história de roubalheira e de dólar na cueca".

Após caminhada, Alckmin voltou a bater duro no governo Lula. "O PT e o governo Lula abriram uma ferida na política brasileira, com mau exemplo, uma visão autoritária e equivocada. Tudo isso precisa ser corrigido", disse. Acompanhados por simpatizantes, políticos e curiosos, os dois distribuíram abraços, beijos e posaram para fotos. Alckmin entrou numa farmácia para verificar seu peso: "76 quilos", respondeu ao repórter, dizendo que desde o início da campanha perdeu apenas um quilo. O candidato ainda ergueu pelo braço um jovem que pediu para engraxar seus sapatos. "A graxa não precisa, o sapato é velho."

O chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Tarso Genro, disse ontem que Alckmin "não compreende o País em que vive". Genro fez essa afirmação ao contestar a declaração de Alckmin de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato da Coligação A Força do Povo (PT-PRB-PC do B) à reeleição, quer "tapar o sol com a peneira", ao dizer que a reforma política ajudará a combater a corrupção.

"O País precisa de reforma política porque o sistema atual alimenta a corrupção. A reforma política é um ato de mudança para impedir que as pessoas que erram tenham facilidade de continuar a agir. Quem não compreende isso não compreende o País em que vive. Parece ser (essa) a situação do candidato Alckmin", afirmou.

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