Policiais federais analisam saques nas contas de Marcos Valério no Banco Rural

Brasília – Uma equipe da Polícia Federal de cerca de 20 pessoas começou o trabalho de análise de documentos do Banco Rural e de identificação da lista de nomes de pessoas que sacaram dinheiro das contas do empresário Marcos Valério. Os sacadores devem começar a ser ouvidos pela PF nos próximos dias. Marcos Valério, sócio das agências de publicidade SMP&B e DNA Propaganda, é apontado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como sendo o operador do suposto esquema de mesadas pagas a parlamentares.

Delegados, agentes, peritos de contabilidade e informática fazem parte da equipe. Os documentos foram encaminhados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à polícia, que tem, a partir de hoje, 15 dias para terminar a análise. Os nomes dos sacadores não foram informados pela PF.

Em depoimento à Polícia Federal, o ex-tesoureiro do Banco Rural em Brasília, Francisco Rego, explicou que o mecanismo de pagamento das contas da SMP&B, empresa de Marcos Valério, funcionava da seguinte maneira: a agência de Belo Horizonte mandava fax com os nomes das pessoas autorizadas a sacar o dinheiro em Brasília.

Ao chegar na agência em Brasília, a pessoa assinava o recibo e dava uma cópia de sua identidade. A iniciativa de copiar a identidade dos autorizados a sacar o dinheiro teria partido do próprio Francisco Rego. A relação com os faxes e as cópias das identidades são os documentos analisados, a partir de hoje, pela PF.

Nos próximos dias, a polícia irá fazer exame grafotécnico para averiguar a legitimidade das assinaturas e, em seguida, colher depoimento dos sacadores. Como existe a possibilidade de investigar parlamentares, o comando das investigações está no Supremo Tribunal Federal e a PF apenas executa os pedidos autorizados pela justiça. Nesta terça-feira (26), em nota, o Supremo explicou que "a Polícia Federal deverá se ater, exclusivamente, às diligências requeridas e deferidas (…) pelo Supremo Tribunal Federal, envolvendo as empresas do publicitário Marcos Valério de Souza".

A análise da documentação do Banco Rural foi uma ação pedida e autorizada pelo Supremo Tribunal. Entre os pedidos, também está a "análise da documentação apreendida nos autos (agenda e outros documentos), com a identificação e devida qualificação, inclusive eventuais cargos, empregos ou funções públicas das pessoas cujos nomes constam das anotações da agenda da senhora Fernanda Karina, ex-secretária da SMP&B Comunicações", diz nota do STF.

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