Polícia vai atrás de criminosos após fim da lei eleitoral

Pelo menos quatro acusados de cometer crimes brutais e que não puderam ser presos – beneficiados pela lei eleitoral – serão caçados a partir das 17h de hoje pela Polícia Civil. Um é Adriano Saddi Lima Oliveira, 23 anos, universitário que comprou a morte da própria mãe. A polícia também vai atrás de seus dois comparsas. Há ainda o serial killer Edson Barbosa Alves de Matos 25 anos, que confessou ter estuprado e matado cinco mulheres e violentado várias crianças.

A lei eleitoral determina que, a partir de cinco dias antes e até 48 horas depois das eleições, só são permitidas prisões em flagrante ou por sentença definitiva.

Oliveira admitiu à polícia ter decidido matar a mãe, Marisa Saddi, 46, depois que ela cancelou a procuração que lhe dava o direito de administrar os bens. A confissão foi feita quinta-feira passada, três dias antes da eleição. Adriano disse que encomendou o crime porque não queria entregar à mãe uma mesada maior.

Ele temia que Marisa usasse o dinheiro para sustentar o namorado um advogado de 55 anos. "Depois de ser orientado pelos advogados, ele mudou a versão e negou o crime. Mas a confissão foi gravada", contou o delegado Cosmo Stikovics, do Denarc.

A mãe recebia R$ 15 mil de mesada e chegou a pedir R$ 60 mil. Ela emprestou dinheiro ao namorado, o que provocou a ira do filho. Adriano passou a negar o dinheiro e fez o alerta: "Não misture dinheiro com relacionamento". Por isso, Marisa cassou a procuração do filho para administrar seus bens.

Oliveira, então, procurou o motorista da família, Cristiano Borges Ferreira, 27 anos, e ofereceu R$ 40 mil para ele arrumar matadores para executar a mãe. O motorista aceitou o serviço e contratou o comerciante Roberval da Silva Cavalcanti, 36. Ele conhecia dois pistoleiros e os levou ao motorista. Os advogados dos três acusados prometeram apresentá-los hoje.

Em 26 de julho, o motorista pôs os bandidos na caçamba da picape Mitsubishi da família e entrou com eles no condomínio em que Marisa morava com o filho, em Carapicuíba, Grande São Paulo. Os pistoleiros a seqüestraram e a levaram na picape Mitsubishi. Marisa foi morta a tiros no rosto.

Já as vítimas de Edson Barbosa Alves de Matos, encontrado pela polícia na sexta-feira, foram mortas a pedradas. Duas vítimas já foram identificadas. Matos é o que a polícia chama de criminoso em série, um serial killer.

Mesmo assim, os investigadores tiveram de soltá-lo. Culpa da lei eleitoral. "Mas hoje devemos capturá-los", garantiu o delegado Cristiano Lanfred, da equipe D-Leste do DHPP. "Um criminoso desses, se ficar solto nas ruas, volta a atacar. Ele é perigoso e cruel". O maníaco usava pedras pesadas e um carrinho de transportar papelão para abordar, estuprar, matar e carregar suas vítimas. Após assassiná-las, costumava beijá-las, segundo confessou aos policiais do 22º Distrito Policial, que esclareceram os crimes.

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