Polícia prende Gordo, chefe de seqüestradores, em São Paulo

No carnaval de 2005, Alexandre Ferreira Viana, o Gordo, viajou para Juqueí, São Sebastião. Na segunda-feira de festas, abordou uma babá que levava Bia, uma menina de 2 anos, para passear de carrinho. As duas foram obrigadas a entrar num carro. Começava ali um seqüestro dramático, que durou 40 dias e só acabou depois do pagamento de resgate pela família.

Neste Natal, Gordo, o seqüestrador da menina, voltou para a praia. Tinha comprado um apartamento na Praia Grande, Baixada Santista. Era ainda noite de Natal quando Gordo tomava uma cervejinha num quiosque na orla com a mulher, Regiane de Souza Maciel, de 28 anos, sua cúmplice nos seqüestros, e Douglas Viana de 18, acusado de ser assaltante. Os três foram abordados por policiais da Divisão Anti-Seqüestro (DAS). De bermudas e chinelos, não ofereceram resistência.

A polícia divulgou a prisão do trio ontem à tarde. Segundo o diretor da DAS, Wagner Giudice, Gordo confessou o seqüestro da menina e outros quatro nos últimos cinco anos. Um deles, ocorrido em São Paulo em 2001, levou-o à prisão. Ficou dois anos na Penitenciária do Estado e conseguiu, com outros 28 presos, escapar por um túnel, cuja construção foi financiada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). ?Esses cinco seqüestros são só os que ele confessou depois de apresentarmos as provas que temos contra ele. Mas deve haver outros.

Entre os seqüestros que Gordo confessou está o da mulher de um doleiro e o de um dono de lotação. O quinto seqüestro, praticado em Curitiba, foi o que lhe causou maiores problemas. A Justiça do Paraná autorizou grampos que permitiram a prisão de Gordo. A polícia descobriu que o criminoso estava na Praia Grande porque localizou na cidade um Ford Ecosport dele – o bandido tinha ainda duas Paratis, uma perua Marajó e uma casa em Mogi das Cruzes, Grande São Paulo, além do apartamento no litoral.

Os policiais da DAS acreditam que a quadrilha de seqüestradores é composta por seis pessoas, comandadas por Gordo e Eliezer Ferreira Viana, seu irmão, preso em 2003. A polícia suspeita de que, mesmo detido, Eliezer continuou participando dos crimes. Dois integrantes da quadrilha estão foragidos.

A DAS não acredita que os criminosos tenham ligação com o PCC. Giudice afirmou que o financiamento da facção atualmente é feito basicamente com o dinheiro do tráfico de drogas. ?Podem ser simpatizantes. Mas não estão com o PCC.

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