Investigação

Polícia descarta homicídio no caso de estudante que morreu na Pedreira; Laudo apontou afogamento

Delegada indica que a situação de homicídio não é descartada.
Delegada indica que a situação de homicídio não é descartada. Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná.

Responsável pelas investigações a respeito da morte do estudante  Phelipe Francisco Lourenço, de 24 anos, a delegada Tathiana Guzella descarta a possibilidade de a morte do jovem ter sido um homicídio. A polícia já ouviu pessoas que estavam com ele no momento da morte e aguarda o resultado de um exame toxícológico. A causa da morte de Phelipe, segundo o Instituto Médico Legal (IML), foi afogamento. Câmeras de segurança mostram o jovem circulando pelo local da festa e tentando escalar uma das grades do local.

As investigações estão sendo feitas para esclarecer se a morte de Phelipe Lourenço foi um homicídio, um acidente ou uma situação de suicídio. Segundo a delegada Tathiana Guzalla, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), já foi constatado, por meio das câmeras de segurança do local, que a vítima se deslocou para uma área restrita antes de morrer. Foram ao todo três quedas.

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“Constatamos que a vítima sai do evento já concluído e depois retorna para o espaço interno do evento, que já tinha acabado, pula uma cerca de três metros com a ajuda de um amigo, de uma outra pessoa do lado de fora. Quando a vítima pula esta cerca ela cai, provavelmente machucando inclusive os joelhos, todavia levanta e adentra a um outro espaço interno. Aqui o evento já havia terminado então já vi aquela movimentação de recolhimento de equipamentos, caminhões transitando”, explicou a delegada. 

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Depois desse momento a vítima volta e aparece nas imagens tropeçando, caindo algumas vezes, correndo, sempre sozinha. “Neste momento ela é abordada por algumas pessoas, que eu acredito que façam parte do evento, é conduzida até a saída, não há agressão, e retorna para o pátio interno do evento. Aí ela se direciona para a parte do lago da Pedreira”, explicou a delegada. 

Nesta segunda-feira, investigadores percorreram o caminho da vítima e se deparam com um penhasco logo após uma outra cerca. “A noite, nós acreditamos, a vítima pode ter pulado chegando a este penhasco que dá no lago. Acreditamos que a vítima pode ter ultrapassado essas barreiras e caído no lago”, disse a delegada.

Guzella explicou que esta é uma linha de investigação. Embora o laudo de necropsia não esteja pronto, já que está pendente o exame toxicológico, há informações na declaração de óbito.

Phelipe Francisco Lourenço morreu após uma festa na Pedreira e família cobra justiça e elucidação do caso. Foto:
Phelipe Francisco Lourenço morreu após uma festa na Pedreira e família cobra justiça e elucidação do caso. Foto: Reprodução/Facebook.

“O médico legista que assinou a declaração de óbito informou que de lesões presentes no corpo seria no joelho, o que é condizente com as três quedas que aparecem no vídeo. E também a causa morte que consta na declaração de morte é por afogamento. Não teria qualquer restrição ou marcas no pescoço da vítima”, disse. Segundo ela, outras lesões podem ter sido advindas pelo socorro prestado primeiramente por duas pessoas e num segundo momento por três pessoas que a retiraram do lago.

Foi homicídio ou incidente?

Segundo a delegada é de praxe da Polícia sempre buscar a possível ocorrência de um homicídio. “Tanto é que a 1ª Delegacia de Homicídios que está fazendo esta investigação preliminar para fazer essa verificação. Se tratou de um homicídio ou não? Nesse primeiro momento nós ainda não temos indícios de que se trata de um homicídio”, explicou.

Família questiona possíveis agressões

Desde que o caso ocorreu, familiares de Phelipe questionam a possibilidade de agressão contra o jovem. Eles, citam, inclusive, marcas no pescoço do estudante. “A necropsia oficial não está pronta, o que temos pronta é apenas a declaração de óbito que já conta na investigação. Temos lesões corporais ocorridas em vida e também no post mortem, significa dizer que são lesões em vida. Há, salvo engano, lesões no joelho e isso foi uma conversa informal com o legista logo cedo. Temos também aquelas marcas corporais típicas de uma fricção em busca do salvamento, da pulsação do coração. Ele teve esse salvamento difícil. Ele estava dentro do lado, foi preciso três pessoas para esse resgate”, disse a delegada.