Polícia Militar treina envolvidos na segurança de evento da ONU

A Polícia Militar do Paraná começou, nesta quinta-feira (16), o treinamento sobre primeira intervenção em ocorrências envolvendo artefato explosivo. A intenção é capacitar os policiais e bombeiros militares para garantir mais segurança durante as conferências das Nações Unidas sobre biodiversidade e biossegurança que serão realizadas no mês de março em Curitiba. O treinamento segue até esta sexta-feira (17), quando haverá uma simulação de desativação de bomba.

Curitiba será sede da 3.ª Reunião das Partes do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança (MOP3), que será realizada de 13 a 17 de março, e da 8.ª Reunião da Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP8), de 20 a 31 de março.

Policiais da equipe Antibomba do COE (Comandos e Operações Especiais) da Companhia de Polícia de Choque da PM está fornecendo as orientações. ?Integração é a palavra chave na preparação de um sistema de segurança para evitar incidentes. Uma organização não trabalha sozinha. Nossa proposta é passar informações de importância fundamental até mesmo para os civis, para policiais e pessoas ligadas à área de segurança para que tenhamos sempre tranqüilidade sem preocupações com situação de risco?, disse o major Milton Isack Fadel Junior, que comanda a Companhia de Choque.

Como não são apenas os policiais e bombeiros militares que estarão atuando na segurança pública durante os eventos internacionais, a aula inaugural do curso foi aberta a profissionais da iniciativa privada, como gerentes e encarregados de segurança de shoppings, hotéis e centros de convenções. Eles assistiram a uma palestra geral sobre explosivos, com ênfase para os procedimentos que devem ser adotados antes da chegada da polícia para evitar risco para a comunidade.

?É um curso de primeira intervenção em ocorrências antibomba para policiais e bombeiros militares, estendendo também a outras instituições como o Exército, Guarda Municipal, Receita Federal e Polícia Civil, a fim de passar informações a respeito de como atuar em situações com explosivos. O curso aborda temas como conhecimentos básicos sobre explosivos e artefatos explosivos, varreduras, mecanismos de acionamento além de estudos de casos reais?, explicou o major Fadel.

Conforme o tenente Marco Antônio da Silva, comandante do COE, as informações que estarão sendo passadas são de suma importância para qualquer pessoa que vai estar envolvida no evento da ONU. ?Todos os envolvidos, direta ou indiretamente, têm que ter um mínimo de condições de atender a situações tanto de ameaça quanto de presença de artefato e até eventualmente atuar numa situação de explosão?, explicou.

O COE tem uma equipe antibomba especializada em desativar artefato explosivo. ?A primeira medida a tomar, se for uma ameaça, é prestar atenção a todas as informações de quem está ameaçando e chamar a polícia, no caso, ligando para o telefone de emergência 190. Se for uma caixa suspeita, a orientação é não mexer, fazer o isolamento e chamar a PM. Os policiais do COE então serão acionados para tomar as providências técnicas. Em hipótese alguma o pacote deve ser tocado para evitar tragédias?, alertou Marco.

Abertura ? A abertura do treinamento contou com a presença do comandante-geral da Polícia Militar do Paraná, coronel Nemésio Xavier de França Filho, do general de Brigada Emir Benedetti, comandante da Artilharia Divisionária da 5.ª Região Militar do Exército, do coronel Avelino José Novakoski, comandante do Policiamento de Curitiba e Região Metropolitana, do delegado da Polícia Federal Flúvio Cardinele Oliveira Garcia e do representante da ONU, Alexandre César.

?A nossa previsão é que dentro do grande espírito de cooperação e colaboração existente entre todos os órgãos envolvidos dos níveis federal, estadual e municipal as ações preventivas propiciarão que a vida de Curitiba não se alterará. No máximo, pontualmente algumas vias de acesso aos locais do evento deverão ser alteradas?, disse o general Benedetti. ?A projeção de emprego do policiamento é o discreto e suficiente a fazer frente à rotina de Curitiba. Nós não vamos perceber algo que vá provocar alarme ou preocupação geral?, completou.

Treinamento ? De acordo com o tenente Antônio Cláudio Cruz, comandante da equipe antibomba do COE e que ministrou a aula inaugural do treinamento, essa capacitação tem em vista primeiramente atender a uma necessidade da Polícia Militar em aprimorar sempre os serviços prestados e, em segundo lugar, visando o evento da ONU. ?A primeira preocupação que se deve ter é, uma vez localizado o objeto suspeito, que pode se dar de várias formas, como uma mala, caixa de sapatos, um celular, ou até mesmo um urso de pelúcia, e sendo alvo em potencial aquele local, o profissional deve de imediato evacuar o local num raio de 100 metros e acionar a Polícia Militar para que o artefato possa ser desativado?, disse Cruz. Ele explicou que embora o Brasil não tenha histórico de terrorismo, todas as possibilidades devem ser previstas.

Durante a aula inaugural, além da explanação técnica, o tenente Cruz apresentou os dois cães de faro de explosivos do Canil Central da Companhia de Policia Choque da Polícia Militar. Os animais, o ladrador Yuri e a pastor alemão Vichenza, são ?especialistas? em encontrar explosivos. Pelo faro, eles dão a indicação ao policial de que naquele local existe explosivo. O animal tem que dar o que os policiais chamam de ?alerta passivo?. Ou seja, ao perceber a presença do explosivo pelo faro ele não pode nem latir, pois o ruído provocado poderá fazer com que seja acionado o mecanismo que ativará o explosivo, causando uma possível tragédia.

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