Polícia invade e acaba com rebelião na penitenciária de Araraquara

A tropa de choque da Polícia Militar invadiu hoje, por volta das 7 horas, a penitenciária de Araraquara e pôs fim à rebelião dos presos, iniciada ontem. Os dez reféns foram liberados e sofreram apenas ferimentos leves. Mais de uma dezena de presos estão sendo atendidos no hospital da cidade. Os quatro pavilhões do presídio foram muito danificados e cogita-se a interdição da penitenciária.

A situação no presídio ficou tensa em Araraquara ontem. Um dos reféns foi amarrado em um colchão e os presos ameaçaram atear fogo nele, em caso de invasão da PM. Segundo um diretor de presídio, eles exigiram que quatro celulares fossem entregues aos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), em Presidente Venceslau, para que eles negociassem o fim da revolta. A Secretaria de Administração Penitenciária não confirmou a informação.

O presídio de Araraquara foi um dos três em que houve rebeliões nesta sexta-feira. A Penitenciária-1 (P1) de Mirandópolis e uma prisão de Itirapina também foram alvo de motins. Em Mirandópolis os conflitos terminaram às 18 horas, com um agente ferido, depois da ação da PM. "Não tinha como ficar de braços cruzados, vendo os presos quebrar tudo. Eles não tinham reivindicação nenhuma. Daí pedi e a PM entrou e resolveu?, afirmou o secretário Antônio Ferreira Pinto. A falta de reivindicações também foi apontada por ele como uma característica comum aos dois outros levantes.

Em Itirapina, os amotinados mataram um preso e feriram outros três detentos. A SAP suspeita que a morte tenha ocorrido em um acerto de contas entre os detentos. Os rebelados destruíram parte das celas e fizeram três agentes reféns.

A SAP não admite, mas presos confirmam que os motins ocorrem em solidariedade a Marcos William Herbas Camacho, o Marcola, líder do PCC. Ele foi responsabilizado pelas mortes ocorridas durante os atentados e homicídios de policiais e outros, comandados dentro do presídio no mês passado. Os integrantes da facção criminosa temem que seus chefes sejam transferidos para a penitenciária federal que será inaugurada em Catanduvas, no Paraná, ainda neste mês.

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