Polícia Federal prende 44 crakers que fraudavam contas em sete estados

Uma megaoperação da Polícia Federal, batizada de Scan, desarticulou uma quadrilha de crackers em sete Estados que fraudava titulares de contas bancárias em diversas partes do País, a partir de Campina Grande (PB). A organização era comandada pelo estudante Emir Sanclair Leal de Melo, de 19 anos, que foi preso em João Pessoa, por volta do meio-dia de hoje (14). Segundo a PF, a maioria dos demais jovens envolvidos tem entre 16 e 21 anos.

A investigação foi iniciada em maio do ano passado, depois que a PF recebeu denúncias feitas pela Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, dando conta de que correntistas estariam sendo vítimas de golpes via internet, a partir de uma quadrilha enraizada em Campina Grande. De acordo com a PF da Paraíba, a quadrilha agia com apoio de "laranjas", que ganhavam cerca de R$ 150,00 em cada transação. Eles forneciam suas contas para receber as transferências das quantias retiradas das contas das vítimas.

O golpe era realizado a partir de spans enviados aos e-mails das vítimas, geralmente solicitando uma atualização cadastral, como se fossem dos bancos. Os e-mails continham programas que roubavam os dados dos correntistas e eram usados posteriormente para as transferências. Segundo a PF, só no ano passado a quadrilha foi responsável por fraudes que somam R$ 300 milhões, praticadas contra correntistas do BB e da Caixa na Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco, Bahia, São Paulo e Paraná.

A operação contou com 330 agentes de vários Estados. Até o final da tarde a PF já tinha a confirmação do cumprimento de 49 dos 55 mandados de prisão (maiores) e apreensão (menores).

Os agentes apreenderam computadores, disquetes, CDs e outros equipamentos de informática usados na fraude; documentos, que serão objeto de exames periciais; e cinco veículos.

Em Pernambuco, o universitário Bruno Alan Moreira de Lima, de 23 anos, foi preso em casa, na zona sul do Recife. Ele seria um dos operadores do esquema e responsável pela transferência do dinheiro desviado para contas-laranjas. No Paraná, o adolescente C.E.G.F., de 17 anos, foi preso em Campo Mourão, a 460 quilômetros de Curitiba. Com ele foram encontrados computadores, celulares, um automóvel, cartões de banco, cerca de R$ 4 mil em dinheiro e um saco plástico com vários comprimidos – a polícia suspeita que sejam ecstasy.

O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal garantem que os clientes não são prejudicados com a ação dos crackers presos pela Polícia Federal. Sempre que o cliente consegue provar que foi vítima de uma ação criminosa, ele é ressarcido pela instituição financeira. Os dois bancos reafirmam que não enviam e-mail aos clientes.

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