Polícia Federal ouve César Arrieta em Porto Alegre

A Polícia Federal deixou para ouvir nesta quinta-feira (14) o depoimento do
argentino César Mendoza de La Cruz Arrieta, depois de encerrados os depoimentos
dos outros 12 envolvidos nas fraudes contra a Receita Federal. Considerado o
líder da organização criminosa que fraudou a Receita em cerca de R$ 1,5 bilhão a
partir de 1997, Arrieta foi preso em Porto Alegre na última segunda-feira (11),
quando a Polícia Federal deflagrou a "Operação Tango",que resultou na prisão de
13 pessoas em cinco estados brasileiros.

Apenas um dos procurados, com
mandado de prisão expedido e residente em São Paulo, não foi preso. Chegou ontem
a Porto Alegre Fábio Magno de Araújo Fernandes, preso em João Pessoa, na
Paraíba, acusado de intermediar certidões falsos no esquema de venda de créditos
fiscais.

Nos golpes contra a Receita Federal, Arrieta era o proprietário
da empresa Vale Couros Trading S.A, usada como fachada para as operações
ilegais. A Vale Couros, supostamente, comprava de grandes investidores suas
aplicações financeiras, os Certificados de Depósito Bancário (CDBs), cuja
negociação era proibida. Já a compra dos créditos do IPI era financiada pela
própria Vale Couros, que emprestava dinheiro às empresas em dívida com a
Receita. No dia 30 de junho do ano passado, a empresa foi vendida ao Banco
Santos.

O argentino César Arrieta é apontado como um dos maiores
fraudadores da Previdência Social no Brasil, acusado de ter desviado US$ 3
bilhões nos anos 90, no golpe que teve a participação de cerca de 30
funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ele foi condenado a
16 anos de prisão pela Justiça do Rio de Janeiro, chegou a ser preso em 1995,
mas não ficou um ano na prisão. Beneficiado por medida liminar, conseguiu
permanecer solto, aguardando o julgamento de recurso em liberdade.

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