Polícia Federal “estranha” habeas-corpus para acusado na “Navalha”

Policiais federais que atuam na Operação Navalha consideraram "estranha" a decisão tomada nesta sexta-feira (18) pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que concedeu habeas-corpus preventivo ao procurador da Justiça no Maranhão e assessor da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) no Estado, Ulisses Cesar Martins de Souza, que está foragido e agora não mais poderá ser preso.

Segundo agentes da PF, Ulisses é considerado um dos intermediários da empresa Gautama, que comandava as fraudes da quadrilha presa na Operação Navalha. O pedido de habeas-corpus foi apresentado ao STF por um advogado da OAB, Alberto Zacharias Toron. Os policiais disseram estranhar a decisão de Gilmar Mendes, porque o ministro não ouviu a relatora do inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Eliana Calmon, nem se informou com a PF sobre as graves acusações que pesam contra Ulisses.

Mendes, no entender dos policiais, deveria ter ouvido também o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, que pediu à ministra a decretação da prisão de Ulisses e demais acusados de participar da quadrilha. O ministro, segundo a PF, não sabia que Ulisses esteve em Brasília e se encontrou com a diretora comercial da Gautama, Maria de Fátima, que agora está presa.

Ele foi monitorado pela PF quando participava da montagem do esquema em torno da obra da BR-402, no Maranhão, orçada em R$ 153 milhões. Federais dizem que ele atuou decisivamente na quadrilha, intermediando a entrega da obra para a empresa Gautama. Federais disseram que todos os passos de Ulisses foram monitorados.

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