Polícia Federal confirma inquérito sobre vazamento de fotos

O superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Geraldo José de Araújo, confirmou que abrirá um inquérito para apurar o vazamento das fotos do dinheiro apreendido com os petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha e que seria dado em pagamento do dossiê Vedoin. "Infelizmente, temos que admitir que houve vazamento da foto do dinheiro no caso do dossiê", afirmou. Ele informou que as fotos são autênticas e foram tiradas ontem, durante realização de perícia. As fotos tiradas no dia da apreensão, em 15 de setembro, no hotel Íbis na capital paulista, estão preservadas e não foram divulgadas

"Neste momento, já está em curso a abertura de um inquérito policial para apurar uma possível violação do sigilo funcional e um procedimento para apurar transgressão disciplinar que está, não me resta dúvida, muito patente." Segundo o superintendente, seis pessoas participaram da perícia e terão de dar esclarecimentos, inclusive o delegado Edmilson Pereira Bruno, a quem é atribuído o vazamento das fotos

"Há uma grande possibilidade de se fazer a prova técnica de quem foi responsável pelo vazamento e de onde saiu a foto distribuída contrariando critérios da Polícia Federal, ao estabelecer privilégios para determinados órgãos de imprensa", disse. Ele não quis responsabilizar o delegado por considerar uma precipitação. Admitiu, porém, que a presença dele na perícia não era fundamental. O superintendente admitiu que as fotos foram tiradas pelos peritos e pelo delegado

Araújo afirmou que o vazamento não atrapalha as investigações. "A foto não tem valor jurídico nenhum, ela tem valor político, e tudo o que a Polícia Federal não queria e não quer é imiscuir-se num processo eleitoral. Ela tem que ser isenta, ela é polícia de Estado, não é polícia de governo. Isso contrariou a filosofia da própria Polícia Federal", afirmou. "E a importância é exatamente pela isenção que deve ter a Polícia Federal diante de uma disputa eleitoral, não favorecendo A ou B, e nem prejudicando também.

O superintendente citou com exemplo o caso das eleições de 2002, envolvendo a então pré-candidata à Presidência da Republica, Roseana Sarney, em que uma foto com R$ 1,34 milhão em notas foi divulgada. "A experiência nos remonta a 2002, quando a divulgação precipitada de uma foto arruinou uma candidatura, e é isso que procuramos preservar: que a Polícia Federal não se envolva numa disputa eleitoral", exemplificou. Segundo ele, o ministro Márcio Thomaz Bastos ainda não discutiu o caso com PF.

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