PM promove curso inédito para intervenção em crises

O que fazer quando, após roubo frustrado pela polícia, o criminoso faz a vítima como refém e ameaça matá-la se não tiver as exigências atendidas? Ou quando alguém perturbado aponta uma arma para um familiar, dizendo que mata todos na casa e em seguida vai atirar contra a própria cabeça? E naquele caso em que existe suspeita de bomba em um shopping por onde circulam milhares de pessoas? As respostas a estas perguntas estão sendo dadas aos participantes de curso inédito promovido pela Polícia Militar.

Policiais militares, integrantes do Exército, Aeronáutica, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil, participam do curso de Primeira intervenção em situações de crise, durante esta semana. Da Polícia Militar assistem às aulas integrantes dos 19 batalhões, além do Corpo de Bombeiros e daqueles que atuam no Batalhão de Polícia Rodoviária e no Batalhão de Polícia Florestal.

Nesta terça-feira (25), os alunos receberam noções básicas de como negociar com aquele que é chamado ?causador do evento crítico?. ?Só ocorre negociação com a presença do negociador. Cada parte tem sua responsabilidade, mas o negociador é a peça chave para a solução da crise com o mínimo de riscos para a vida de todos os envolvidos?, disse o tenente Luiz Fernando da Silva, comandante da Rondas Ostensivas de Natureza Especial e um dos negociadores da Polícia Militar.

O comando do COE (Comandos e Operações Especiais) da Companhia de Polícia de Choque da PM, em Curitiba, teve a idéia de promover o treinamento. A unidade se subdivide em quatro equipes (Equipe Tática, Equipe Anti-Bomba, Equipe de Atiradores de Precisão e Equipe de Negociação) mantém os negociadores da PM. O grupo atua em todo o Estado e tem a finalidade de agir em situações de alto risco.

?Nem sempre somos nós que chegamos primeiro no evento crítico. Por isso, estamos repassando conhecimento para que os policiais tenham condições de dar o primeiro atendimento sem tornar a situação ainda pior?, explicou o comandante do COE, tenente Marco Antônio da Silva. De acordo com ele, para que a troca de informações e o repasse das técnicas atingisse um número maior de pessoas ligadas à área da segurança foram convidados órgãos externos à PM. ?Já tenho curso na área de negociação, mas é sempre bom trocar experiências. O primeiro interventor é uma espécie de primeiro socorrista?, disse o tenente do Exército, Symon John Alexandre.

O tenente Symon destacou que, da decisão tomada por quem primeiro chega à situação de crise depende o sucesso de toda a operação. O mesmo pensamento tem o investigador do Grupo Tigre Maurício Anderson Pinati, que também faz o curso. ?Já temos estas matérias incluídas nos cursos de formação da Polícia Civil, mas conhecimento é importante, porque quanto mais especializado for o policial, melhor estará sendo o serviço dele?, comentou. ?Nós que fazemos a segurança de autoridades, precisamos destes conhecimentos?, disse o tenente Stephano Roberto Janata, que atualmente trabalha na Casa Militar.

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