PM entrega à Justiça flagrante de assassinato ocorrido em Londrina

O capitão Marcos Vinícius Koch, responsável pelas investigações do assassinato de Jamys Smith da Silva, ocorrido em Londrina, entregou ao juiz da Auditoria Militar, em Curitiba, o auto de prisão em flagrante que indicia dois policiais militares. O documento, entregue nesta sexta-feira (20), é embasado principalmente no depoimento formal de várias testemunhas que reconheceram os soldados Juliano Ferraz Dias e Marco Aurélio da Silva, como os principais agressores de Jamys. O laudo do Instituto Médico Legal constatou que a morte do rapaz foi provocada por hemorragia interna, causada por uma lesão no fígado, e é peça-chave do flagrante.

O juiz da Auditoria Militar, José Carlos Dalacqua, explicou que o caso será encaminhado para a Promotoria da Vara de Auditoria da Justiça Militar. ?O promotor responsável avaliará se o crime pode ser classificado como homicídio ou lesão corporal seguida de morte. Se for homicídio, os policiais acusados serão julgados pela Justiça comum e o inquérito será encaminhado para a delegacia ou para um dos juízes criminais de Londrina?, explicou. Se o promotor considerar o caso como lesão corporal seguida de morte, a Auditoria Militar será a responsável pelo julgamento dos policiais, em Curitiba.

IPM

Com o auto de prisão em flagrante dos dois policiais entregue à Justiça, a PM agora continua as investigações para apurar o envolvimento dos outros 20 policiais que teriam participado do crime e já foram afastados das suas funções.

O capitão Koch tem prazo máximo de 20 dias para concluir as investigações. Todos os policiais acusados de envolvimento, além de outras testemunhas, serão ouvidas nesse período. Na segunda-feira (23), prestarão depoimento a médica e a enfermeira que prestaram o primeiro atendimento à vítima. Na terça-feira (24), mais duas testemunhas trazidas pela mãe de Jamys Smith serão ouvidas.

Prisões

Na quarta-feira passada (18), outros dois policiais militares foram identificados por testemunhas, como participantes diretos do espancamento e morte do rapaz. Por não terem sido detidos em flagrante, eles não foram presos, mas já estão afastados do serviço de rua e serão indiciados no inquérito. Outros 18 PMs que estavam em operação na madrugada do crime, inclusive no suporte no batalhão, estão sendo investigados e foram afastados do serviço de rua. ?Por medida de segurança, resolvemos não deixar ninguém trabalhar nas ruas, até que o inquérito seja concluído e o crime seja julgado?, explicou o capitão Koch.

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