O Plenário vota nesta quarta-feira (24) o processo de cassação do deputado Vadão Gomes (PP-SP). Embora a pauta esteja trancada por quatro medidas provisórias e dois projetos de lei com urgência constitucional vencida, o processo pode ser votado por não ser matéria legislativa.
Por nove votos a um, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar recomenda o arquivamento do processo contra o parlamentar, acusado de ter recebido R$ 3,7 milhões do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado como o operador do suposto "mensalão".
Diferentemente de outros casos, na votação do processo de Vadão Gomes o voto "sim" representará a manifestação do parlamentar pela absolvição do deputado, pois confirmará a decisão do Conselho de Ética. A cassação só ocorrerá se 257 deputados ou mais votarem "não", ou seja, contra o parecer do conselho.
Contradições
No parecer aprovado pelo conselho, o deputado Eduardo Valverde (PT-RO) considerou contraditórios os depoimentos de Marcos Valério, pois inicialmente o empresário afirmou que depositara o dinheiro na conta de uma das empresas de Vadão, mas depois alterou essa versão dizendo que teria entregue a quantia pessoalmente ao deputado em um hotel em São Paulo.
"Chama a atenção o fato de que Marcos Valério sempre se mostrou extremamente organizado, lembrando-se de detalhes de encontros, mas não consegue nem ao menos lembrar o nome do hotel em que teria feito o pagamento", afirmou o relator.
O parecer de Valverde foi aprovado pelo Conselho de Ética depois da rejeição do primeiro parecer, do deputado Moroni Torgan (PFL-CE), que recomendava a cassação do mandato do parlamentar.