Plano prevê investimentos de R$ 125 bi para expansão de energia

O governo prevê que, até 2015, deverão ser investidos aproximadamente R$ 125 bilhões na expansão da geração e da transmissão de energia no País. Segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica, divulgado hoje (14) pelo Ministério de Minas e Energia, cerca de R$ 40,7 bilhões deverão ser aplicados, nesse período, no sistema de transmissão de energia no País. Já para aumentar em 40 mil megawatts (MW) a capacidade de geração do País, conforme prevê o Plano, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, estimou que serão necessários mais US$ 40 bilhões (o equivalente a cerca de R$ 85 bilhões).

Com esse aumento na capacidade de geração – que viria de usinas hidrelétricas, termelétricas e, até da construção de Angra 3 – a capacidade total de energia disponível no mercado brasileiro deverá chegar a 140 mil MW em 2015. O plano leva em consideração tanto investimentos públicos quanto privados. O governo não divulgou, no entanto, as fontes de financiamento com que espera contar para que os projetos sejam cumpridos.

Mesmo assim, o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, destacou a importância do plano. "Estamos retomando uma das atividades que melhor caracterizam o setor elétrico, que é a capacidade de planejamento do sistema", disse.

Segundo o governo, com essa programação o fornecimento de energia será garantido. O crescimento de geração deverá ser suficiente para atender a um aumento estimado na carga exigida pelo sistema, de 47.583 MW médios, em 2005, para 76.224 MW médios, em 2015, no cenário de referência usado pelo Ministério. A carga é o nome que se dá a toda energia que circula no sistema elétrico, incluindo o que é necessário para o consumo e as previsões de perdas.

Já os investimentos previstos para o setor de transmissão seriam aplicados na construção de 60.086 quilômetros de linhas de transmissão e em subestações e transformadores. Além do fortalecimento das interligações entre as regiões que já fazem parte do chamado Sistema Interligado Nacional (Nordeste, Centro-Oeste, Sul, Sudeste e áreas da Região Norte), os investimentos para transmissão têm como meta concluir a integração dos chamados sistemas isolados da região Norte.

A meta é que, a partir de 2008, o sistema elétrico isolado Acre/Rondônia já estará interligado ao do restante do País. O governo também pretende viabilizar, a partir de 2012, a integração de outro sistema isolado, o de Manaus/Amapá/Margem Esquerda do Amazonas. Se as duas interligações forem, de fato, concluídas, o País passará a ter praticamente 100% de sua demanda atendida por um único grande sistema interligado.

Isso poderá favorecer os consumidores de energia de todo o País, já que, segundo o Ministério de Minas e Energia, poderá haver uma redução da chamada Conta de Consumo de Combustível (CCC), encargo que hoje equivale a algo entre 8% e 9% das contas de luz A CCC é utilizada para subsidiar o combustível queimado pelas usinas termelétricas que hoje abastecem as regiões que estão isoladas do sistema elétrico interligado nacional. O governo não informou, entretanto, de quanto poderia ser a redução da CCC.

O Plano decenal estima ainda que, no cenário de referência, o consumo de energia per capita cresceria dos 2.049 kW por hora, por habitante, em 2005 para 3.053 KWh/habitante em 2015. As projeções (sempre no cenário de referência) indicam, porém, que somente por volta de 2014 o consumo médio de energia nas residências do País voltará aos mesmos patamares de antes do racionamento de 2001, que era de aproximadamente 180 quilowatts/hora por mês (kWh/mês). Segundo dados da EPE, no ano passado o consumo médio nas residências brasileiras foi de 142 kWh/mês.

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