Plano para garantir sanidade avícola

O estado do Paraná, maior produtor de frango do corte do País, deu, na última quinta-feira, mais um passo para garantir a sua posição de destaque na avicultura de corte no Brasil e do mundo. No II Encontro Técnico promovido pela empresa Unifrango Agroindustrial, na cidade de Maringá, com a presença de mais de 500 pessoas entre técnicos da iniciativa privada, empresários, lideranças políticas e setoriais, o vice-governador e secretário da Agricultura e Abastecimento, Orlando Pessuti, anunciou a aplicação do Programa de Regionalização Sanitária da Avicultura no Paraná.

Este programa tem como objetivo principal padronizar ações sanitárias preventivas que sejam capazes de minimizar impactos econômicos, sanitários e sociais em caso de surgimento de doenças que prejudiquem as exportações brasileiras. Na prática, as medidas anunciadas pelo governo do Paraná buscam isolar o estado em caso de suspeitas de doenças infecto-contagiosas, em especial Influenza Aviária e Newcastle, evitando a propagação e garantindo a continuidade das vendas ao mercado externo.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar) e da Unifrango Agroindustrial, Domingos Martins, avalia que o novo projeto divulgado por Pessuti vem trazer tranqüilidade às 30 empresas instaladas no Estado. Martins informa que, apesar do País e do Paraná estarem realizando todos os procedimentos para evitar contaminações, como suspensão de visitas de estrangeiros às unidades produtoras e a observação do prazo de quarentena para brasileiros que visitam regiões afetadas, havia a necessidade do poder público se manifestar neste sentido. ?A postura de Orlando Pessuti de propor um ajuste na estrutura de fiscalização e prevenção beneficia não somente as empresas, mas toda a sociedade, pois protege os mais de 60 mil empregos diretos e 500 mil indiretos que dependem da avicultura paranaense?, afirma.

Para Orlando Pessuti, as medidas destinadas a permitir a implantação da regionalização sanitária por estados são importantes para garantir estabilidade à economia do estado. ?São ações que protegem a economia como um todo, sem prejuízos aos demais estados?, destaca. A Seab estima que sem a regionalização, em caso de surgimento de um caso de doença, os prejuízos chegariam a R$ 72 bilhões distribuídos por toda a cadeia avícola brasileira.

O presidente da Associação dos Abatedouros e Produtores Avícolas do Paraná (Avipar), Alfredo Kaefer, aprovou as medidas anunciadas por Pessuti. Kaefer destaca que a união entre poder público e iniciativa privada é extremamente importante para garantir a realização de projetos de interesse do setor e da sociedade. ?Um exemplo desta parceria foi a doação feita, há alguns meses pelas entidades avícolas à Seab de um equipamento de informática e GPS para realizar cadastramento dos aviários no Estado, iniciando os trabalhos voltados à implantação do projeto de regionalização da avicultura paranaense, o que é um exemplo de como parcerias deste tipo são positivas?, disse. 

Dez medidas previstas no Plano

Orlando Pessuti anunciou dez medidas destinadas à implantação do Programa de Regionalização Sanitária. A primeira delas já foi iniciada e busca realizar até o final de 2005, o cadastramento via aparelho de GPS de todos os estabelecimentos avícolas com mais de 400 aves existentes no Estado. A idéia é definir com exatidão onde está localizada cada unidade produtora. Desta forma animais suspeitos podem ser isolados, evitando o risco de propagação de doenças.

Outra ação imediata, e tida como uma das principais, é a criação de um grupo de atendimento emergencial que vai receber treinamento a partir de novembro para agir rapidamente em caso de suspeitas de enfermidades. No total serão realizados seis eventos de treinamento ao custo de R$ 40 mil cada. O primeiro deles será iniciado ainda este mês, na Universidade Estadual de Londrina (UEL), para 16 médicos veterinários por meio de parceria firmada entre a Seab, BRDE, Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e Universidade Estadual de Londrina (UEL)

Outra medida anunciada foi a criação de 10 corredores sanitários com postos de fiscalização fixos, para garantir o trânsito de cargas em uma situação de emergência. Também foram designadas 20 unidades veterinárias para atuarem com ênfase em sanidade avícola, em cada um dos núcleos da Seab do Paraná. A secretaria anunciou ainda que está iniciando esforço para a criação de uma rede de competência em medicina veterinária integrando os laboratórios da Universidade Estadual de Londrina, que sedia o Centro de Investigação em Medicina Aviária do Paraná (UEL/Cimapar), Universidade Estadual de Maringá (UEM), Unicentro (Guarapuava) e Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Para garantir o cumprimento de todas estas medidas, Pessuti informou que o Estado está criando uma equipe de auditagem, destinada a garantir o atendimento de metas e prazos do programa. Atuando em outra ponta, a SEAB vai propor a criação de um fundo de indenização destinado a se somar ao já existente Fundepec. O objetivo é aumentar o valor das contribuições pagas pelas empresas, assim como dos valores recolhidos, com o objetivo de ampliar a capacidade de indenização dos plantéis sacrificados em caso do surgimento de problemas sanitários.

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