Planalto pretende mudar o formato do Banco do Sul

O Brasil decidiu comprar uma briga com a Venezuela e o Equador sobre o futuro formato do Banco do Sul. As declarações diplomáticas deram lugar a indicações claras de que Brasília não aceitará que essa instituição financeira seja orientada a conceder empréstimos para cobrir rombos fiscais dos países mais pobres da região. Ao contrário, defenderá que o novo organismo seja o resultado da cooperação entre o Fonplata e a Corporação Andina de Fomento (CAF) e esteja orientada para o financiamento de obras físicas da integração sul-americana e, no máximo, para de projetos de desenvolvimento econômico e social.

"Não vamos comer um prato feito. Queremos ir para a cozinha e participar da preparação desse prato", atacou o assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia. "Nós queremos participar dos debates. Merecemos a confiança dos países da região, sobretudo dos que estão envolvidos na criação do Banco do Sul, para sermos convocados para as etapas seguintes desse processo.

Segundo o assessor, o governo brasileiro – e não o venezuelano – foi o primeiro a defender a necessidade de a Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa) discutir questões de ordem financeira ao lado das propostas de integração de infra-estrutura e de energia e dos temas sociais. Destacou, entretanto, que ainda há uma tarefa imensa a ser cumprida, como a discussão da finalidade do Banco do Sul, a possível operação do comércio regional em moedas nacionais, a necessidade de avanço nos Convênios de Crédito Recíprocos (CCRs) e o fortalecimento dos fundos de investimento existentes na região.

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