Planalto esvazia reunião de governadores do PMDB

Foi bem-sucedida a operação montada com apoio do Planalto para esvaziar a reunião dos governadores do PMDB marcada para hoje em Florianópolis. Quatro dos seis convidados avisaram ao promotor do evento, o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, que não vão aparecer.

No PMDB, a idéia da reunião teve apoio de seu presidente, deputado Michel Temer (SP), mas a reprovação do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL). Ontem, Luiz Henrique pediu aos governadores que revejam a decisão de não ir. Para facilitar seu ‘arrependimento’ e dar-lhes tempo de chegar a Florianópolis, adiou o início da reunião para as 19 horas de hoje e a estendeu pelo sábado.

Em todos os telefonemas a governadores e aliados ontem, Luiz Henrique queixou-se da interferência de Renan e explicou que não se tratava de uma reunião contra o governo. "Ele ficou furioso quando soube que Renan telefonara para vários de seus convidados chamando a atenção para o ‘simbolismo’ de fazer o primeiro encontro dos governadores do partido em Santa Catarina, onde Luiz Henrique fazia oposição a Lula", contou um peemedebista.

Dois governadores que recusaram seu convite – o reeleito Paulo Hartung (ES) e o eleito Sérgio Cabral (RJ) – chegaram a ponderar que seria melhor reprogramar a reunião para Brasília, que é lugar neutro. "Que história de campo neutro é esta, se eu estou com boa vontade com o governo?", reagiu Luiz Henrique indignado, dando a entender que o objetivo da articulação era justamente o contrário do que pregava Renan.

"Nem poderíamos fazer um movimento de oposição ao governo porque a maioria dos governadores já apoiou o presidente Lula", concordou Temer, que ontem à tarde foi surpreendido com um telefonema do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, para avisar que Lula gostaria de conversar com ele. "O presidente quer vê-lo na quarta-feira, às 12 horas, e fica a seu critério convidar alguns membros da Executiva Nacional. Você pode levar quem quiser", disse Tarso. O encontro com os peemedebistas deve marcar o início formal da montagem do governo de coalizão.

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