O Ministro da Defesa, Waldir Pires, comentou hoje no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio, as revelações da primeira análise feita nas caixas-pretas do Boeing 737 da Gol e do jato Legacy, que se chocaram no ar no fim de setembro. Segundo o ministro, o exame das caixas-pretas indica que houve comunicação entre o piloto do jato e a torre de controle antes de passar por Brasília, mas que "não há nenhum diálogo entre os pilotos do Legacy e o controle aéreo de Brasília que pudesse significar ou resultar numa autorização para que o jato mudasse o plano de vôo ou permanecesse a 37 mil pés".
De acordo com a reportagem da TV Globo, o ministro conversou com o presidente da comissão que investiga o acidente, Coronel Rufino Antônio Ferreira, que chegou ontem do Canadá com as informações sobre o conteúdo das caixas-pretas. A transcrição confirma que o transponder não estava em operação na hora do choque entre as aeronaves. Mas não há confirmação ainda "se ele estava desligado, ou se havia uma interrupção decorrente de uma pane no avião", segundo informações do ministro.
A análise da caixa-preta teria indicado que piloto e torre de controle se falaram "num diálogo que mostrava que o Legacy estava voando em altitude normal. Ele vinha de São José dos Campos em direção a Brasília a 37 mil pés mas em seguida não há mais contato", contou o ministro. Sobre a possibilidade de o piloto americano não ter entendido que ele deveria descer para 36 mil pés, como era previsto no plano de vôo entre Brasília e Teres, o ministro Waldir Pires respondeu: "Eu não quero fazer julgamentos, mas a primeira posição do piloto é o de cumprir o plano de vôo..