Pinochet terá funeral sem honras de chefe de Estado

O secretário de Governo, Ricardo Lagos Weber, anunciou ontem que o general reformado Augusto Pinochet Ugarte não terá um funeral de chefe de Estado, mas com honras militares. Segundo Lagos, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, não vai comparecer ao velório e será representada pela ministra da Defesa, Vivianne Blanlot. O pai da presidente, o general da Força Aérea Alberto Bachelet Martinez, foi torturado e morto em 1973, após o golpe. A hoje presidente chilena também chegou a ser detida num centro de tortura do regime e acabou sendo obrigada a se exilar. Na semana passada, Bachelet havia dito que comparecer ao funeral de Pinochet a violentaria.

Pinochet, que comandou o regime militar no Chile entre 1973 e 1990, morreu ontem às 14h15 no Hospital Militar de Santiago. Ele tinha 91 anos. Cerca de 4 mil pessoas saíram às ruas da capital para comemorar a morte do general, concentrando-se na Praça Itália e na frente do Palácio La Moneda, sede do governo. Houve confrontos na capital chilena quando a polícia tentou barrar os manifestantes que comemoravam a morte de Pinochet de avançarem pela Alameda, a principal avenida de Santiago. Os policiais usaram jatos d’água e bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes que se concentravam em frente ao palácio presidencial e eles responderam com pedras e garrafas.

A aproximadamente vinte quarteirões dali, milhares de simpatizantes de Pinochet, principalmente mulheres, se reuniram na frente do Hospital Militar para prestar a última homenagem ao ex-ditador. Muitos deles lembravam o progresso econômico que marcou o seu governo. Ao abrir a economia chilena, promover privatizações e incentivar a entrada de capital estrangeiro, Pinochet criou as bases para transformar o Chile no país mais próspero da América Latina.

Voltar ao topo