Pilotos devem ficar no Brasil até fim das investigações

O inquérito para apurar as causas do acidente do avião 1907 da Gol aberto ontem será presidido pelo delegado da Polícia Federal Renato Sayão Dias. O processo defende que o piloto e o co-piloto do Legacy que colidiu com o Boeing que caiu na última sexta-feira fiquem retidos no Brasil enquanto durarem as investigações. Isso pode levar meses.

Para o delegado, a retenção deve se estender também à tramitação de um eventual processo, caso o Ministério Público decida apresentar um eventual processo contra os dois.

O piloto Joseph Lepore e o co-piloto Jean Paul Palladino já tiveram seus passaportes apreendidos pela Polícia Federal, por decisão judicial. A PF já se prepara para reagir a um eventual pedido de habeas-corpus da parte dos dois tentando liberá-los.

Na avaliação de Dias, permitir que os dois deixem o país reduziria a efetividade de uma eventual sentença. "Se, na hipótese de um eventual processo e condenação, eles estiverem no exterior, ficará difícil uma punição efetiva", disse. Além disso diz o delegado, os dois deverão ser chamados para depor diversas vezes. "É provável que a cada laudo, relatório ou depoimento novo nós tenhamos que convocá-los a prestar novos esclarecimentos", afirmou.

Entre suas primeiras providências, Renato Sayão Dias, identificará e convocará para depor os controladores de tráfego aéreo que trabalharam na área de rota das duas aeronaves no dia do acidente. Além da requisição de todos os órgãos envolvidos nas investigações, entre eles o Ministério da Aeronáutica, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Centro Integrado de Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta). Na próxima sexta-feira, o delegado irá a Brasília para recolher informações sobre o caso.

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