“PIB revisado de 2006 pode chegar a 3,5%”, afirma Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avalia que, com a nova metodologia do IBGE para o cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), a expansão da economia brasileira deve ter ficado num intervalo de 3% a 3,5% no ano passado (acima da taxa oficialmente divulgada no final de fevereiro, de 2,9%). O IBGE divulgou nesta quarta-feira (21) a revisão do PIB dos anos de 2000 a 2005. Na próxima semana, será divulgado o PIB de 2006, revisado a partir da nova metodologia e que será então o índice oficial para as estatísticas.

"Como estamos vendo nos anos anteriores, as revisões ficaram, em média, 0,50 ponto porcentual acima dos números anteriores. Por este motivo, acredito que o PIB do ano passado fique próximo a 3 5%", afirmou o ministro, durante entrevista à imprensa concedida hoje após participar do Forum Panrotas, em São Paulo.

De acordo com Mantega, o governo já havia percebido que alguns indicadores, como o de desemprego e de massa salarial, vinham crescendo, mas que o PIB continuava modesto. Por isso, ele considerou a revisão atual "muito significativa".

"A pesquisa está mais precisa e reflete mais a realidade. Para a nossa satisfação, 2003, que foi o ano mais modesto, cresceu 1,1% em vez de 0,5% verificado anteriormente", afirmou. O ministro disse que cogita revisar sua projeção para o PIB deste ano, mas que antes terá de se debruçar sobre os novos números. "De qualquer forma, atingir 4,5% ou 5% de crescimento é mais fácil", disse ele, acrescentando que ajustará os resultados porque a economia brasileira vem crescendo mais do que o visto inicialmente.

Em relação ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Mantega afirmou que, com o ministro Walfrido Mares Guia assumindo o Ministério de Relações Institucionais, as alianças formadas levarão à aprovação do projeto. "Percebemos com os novos números do PIB que é ainda mais necessário fazer investimento em infra-estrutura porque o crescimento da economia está mais robusto", disse.

Investimento

Mantega esclareceu que ainda não teve acesso aos novos dados de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) divulgados hoje pelo IBGE. Ele fez a afirmação após ter informado estar "muito satisfeito" com os dados do PIB revistos pela nova metodologia do IBGE. A FBCF refere-se aos acréscimos ao estoque de capital fixo realizados a cada ano, visando ao aumento da capacidade produtiva do país.

Os números de FBCF, ao contrário dos do PIB, quando revisados mostraram taxas inferiores às verificadas no levantamento anterior. Para se ter uma idéia, em 2005, dado mais recente disponível, a taxa passou de 19,9% para 16,3%. "Ainda não tive acesso aos dados, mas numa primeira avaliação percebemos que a economia brasileira pode crescer mais ainda que tenha sido verificado um crescimento menor dos investimentos", considerou. "Teremos que refazer as contas", acrescentou.

Voltar ao topo