PFL vai à TV acusar Lula de usar a saúde do Rio para fazer política

O PFL exibirá amanhã (31) à noite em horário nobre, na TV, um filme de 20 minutos em que tentará desqualificar a intervenção federal em hospitais do Rio e mostrar que a motivação do governo foi política. Para o PFL, a intervenção foi decidida porque as pesquisas mostram o crescimento do nome do prefeito César Maia, filiado ao partido, como pré-candidato à Presidência da República.

O PFL vai usar os 20 minutos gratuitos por semestre que a Lei Eleitoral assegura aos partidos políticos e, para não ter problemas com a Justiça Eleitoral, tomou o cuidado de não apresentar César Maia como candidato,e sim como "pré-candidato" à Presidência da República. Mas o presidente do partido, senador Jorge Bornhausen (PFL-SC), assume que a guerra eleitoral já está em curso. "A guerra começou com a ação do governo no Rio, e nós topamos essa guerra. Daqui para a frente o governo que se prepare, porque guerra é guerra", ameaçou ele, depois de reunião informal da Comissão Executiva Nacional do partido.

O partido atribui à crise dos hospitais públicos do Rio de Janeiro à falta de repasse de recursos federais. "O problema da saúde no Rio vem se agravando, como no resto do País, porque o governo federal não repassa ao município os recursos previstos nos contratos financeiros que assinou", disse Cesar Maia hoje, depois da reunião da Executiva. "O governo atual jamais cumpriu esses compromissos", acrescentou o prefeito, que atribuiu o problema "à falta de competência instalada em Brasília".

No filme, o governo federal será acusado de deixar de repassar R$ 192 milhões ao município do Rio para o pagamento de salários de profissionais da área de saúde. A Executiva do PFL assistiu a uma prévia do filme que será exibido na TV. Na reunião, César Maia mostrou também um documento que enviou ao governo federal há nove meses pedindo que o governo assumisse a responsabilidade de administrar os hospitais federais que haviam sido municipalizados. "É estranho que só agora, quando começam a falar no meu nome para disputar a Presidência ad República, o governo se lembrou da saúde do Rio de Janeiro", disse o prefeito.

Para tentar mostrar que a motivação do governo federal foi política, o filme do PFL vai exibir dados do Ibope que indicariam o crescimento da popularidade do prefeito. De acordo com as pesquisas,em novembro de 2004, César Maia tinha 5% das preferências dos eleitores numa eventual disputa à Presidência, índice que saltou para 12% neste mês.

A segunda parte do programa será dedicada a mostrar o sucesso administrativo e os programas da Prefeitura do Rio de Janeiro que, segundo o PFL, garantiram a César Maia aprovação de 72% da população carioca. Ao deixar a reunião da Executiva, Maia disse que, embora a Constituição obrigue os municípios a gastarem 14% de sua receita com saúde, esse índice é de 17,8% no caso do Rio de Janeiro.

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