PFL fará votação secreta para escolher vice de Alckmin

Brasília – O PFL escolherá na próxima semana o nome de seu candidato a vice na chapa presidencial do tucano Geraldo Alckmin. A disputa interna entre o líder do partido no Senado, José Agripino (RN), e o senador José Jorge (PFL-PE) deverá ser decidida por voto secreto, em Brasília. Os 94 pefelistas que irão compor o colégio eleitoral são os mesmos que participaram de uma consulta aberta há cerca de um mês: os prefeitos de capitais, governadores, deputados federais, senadores e membros da executiva nacional do PFL sem mandato eletivo.

"Propus ao José Jorge que realizássemos uma espécie de segundo turno, com o compromisso de quem ganhar apoiar o outro, sem choro nem vela", disse Agripino, convencido de que esta "consulta rápida" é também o "parto mais indolor" para encerrar a disputa interna e manter a unidade partidária. Na verdade, porém, a disputa vai além dos dois pré-candidatos. Nos bastidores do PFL, o enfrentamento é entre o presidente nacional da legenda, senador Jorge Bornhausen (SC), que prefere José Jorge, e o senador Antonio Carlos Magalhães (SC), que vota em Agripino.

O problema é que o critério de escolha foi decidido em reunião da executiva nacional pefelista e a primeira consulta foi realizada pessoalmente por Bornhausen, que pediu aos eleitores que apontassem uma lista tríplice. O vencedor foi o próprio Bornhausen, apontado como melhor opção por 70 eleitores, seguido de José Jorge, que ficou em segundo lugar, com 55 votos. Agripino foi o terceiro colocado, com a simpatia de 43 eleitores

José Jorge foi apontado vencedor porque o presidente do partido declinou da indicação e cedeu o lugar ao segundo colocado. Os partidários do pernambucano resistem ao segundo turno com o argumento de que Agripino estaria fora dele por ter ficado em terceiro lugar. Mas o líder aposta que, no voto fechado, o resultado será outro.

Só amanhã José Jorge dirá a Agripino se aceita participar do "segundo turno" sugerido pelo concorrente ou se tem uma contraproposta a fazer. O grupo mais próximo de Bornhausen até aceita a realização de uma nova votação por voto secreto, mas não vê a idéia com bons olhos. No entendimento geral deste grupo, a segunda consulta levanta dúvidas sobre a seriedade da primeira e a neutralidade do presidente do partido no processo.

Pesará também a luta travada entre Bornhausen e ACM durante o primeiro ano e meio de governo Lula, em que o senador baiano insistia em atrelar o partido ao presidente da República e ao final acabou rendendo-se à tese de que o melhor para o PFL era ficar na oposição. Vários pefelistas querem homenagear Bornhausen nesta definição do vice. Dizem que ele adquiriu legitimidade porque "deu alma ao partido", conduzindo-o para a oposição sem nenhum interesse pessoal ou regional.

Resistências à parte, a aposta geral é a de que o segundo turno ocorrerá mesmo na semana que vem e será realizado em Brasília. Afinal, 81 dos 94 eleitores compõem a bancada de deputados e senadores do partido que passam a semana no Congresso.

Voltar ao topo