PF vai à Justiça para impedir interdição da carceragem de Florianópolis

A Polícia Federal acionou o seu Departamento Jurídico para impedir na Justiça a tentativa da Prefeitura de Florianópolis de interditar a carceragem da sua superintendência na cidade, para a qual foi transferido há duas semanas o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. Para a PF, a iniciativa do prefeito interino, o presidente da Câmara Marcílio Ávila (o prefeito e o vice estão em viagem ao exterior), é desprovida de base técnica ou legal e não reflete uma decisão amadurecida das autoridades estaduais, com as quais o governo federal está negociando uma solução para o problema.

Mas caso a justiça determine a remoção imediata de Beira-Mar, ou mesmo o fechamento da carceragem da PF, a ordem será cumprida. O Ministério da Justiça, porém, não acredita que isso ocorra porque o presídio, onde ficam detidos presos sob custódia da PF ou detentos de outros estados em situação provisória, como a de Beira-Mar, tem instalações modernas, equipamentos especiais de vigilância eletrônica e é considerado modelo entre os 27 existentes em todas as unidades da Federação.

A intenção do governo federal é remover Beira-Mar de Florianópolis só em janeiro, quando ficará pronto um dos dois presídios federais que estão sendo construídos em Catanduvas, Paraná e em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Um pedido de remoção imediata do traficante foi rejeitado pelo governo federal na segunda-feira, durante reunião no Ministério da Justiça com o governador em exercício de Santa Catarina, Júlio Garcia (PFL).

O secretário executivo do Ministério, Luiz Paulo Barreto informou a Garcia que a permanência de Beira-Mar em Florianópolis é provisória e sua remoção deveu-se a uma situação emergencial. Segundo dados da Inteligência da PF, estava em curso um plano de uma facção do Comando Vermelho para assassinar o traficante. Os dois primeiros presídios federais em construção são de segurança máxima e terão capacidade para 200 presos em celas individuais, com sistema eletrônico de vigilância permanente. Cada um deles custou R$ 17 milhões.

Voltar ao topo