PF já identificou 30 suspeitos de comprar vagas em cursos superiores

Rio de Janeiro – A Polícia Federal (PF) identificou 30 suspeitos de comprar vagas em cursos superiores no vestibular de 2007. A investigação faz parte da Operação Vaga Certa, desencadeada ontem (30) para combater um esquema de venda de vagas em universidades públicas e particulares, em geral para cursos de Medicina, de vários estados do Brasil.

Segundo o delegado da PF no Rio Lorenzo Martins Pompílio da Hora, as sete pessoas presas – duas no Rio e cinco no Ceará – já foram denunciadas pelo procurador Marcelo Miller, do Ministério Público Federal.

Agora, acrescentou o delegado, a PF espera o retorno de investigadores que foram ao Ceará para começar a análise do material apreendido. Documentos falsos e movimentações bancárias integram a lista. O trabalho será feito em conjunto com o Ministério Público e o Judiciário.

?Por ser um conjunto probatório, vamos selecionar com calma para poder fazer a análise?, disse Pompílio, em entrevista nesta terça-feira (1º) à Agência Brasil. Por causa do volume aprendido, não há previsão de término dos trabalhos.

Como as investigações indicam que além das pessoas que ingressaram nas universidades de forma fraudulenta também há pais que contrataram a quadrilha para colocar o filho nas faculdades, ele reiterou que a análise da documentação tem de ser a mais cuidadosa possível.

Pompílio informou que estudantes universitários conhecidos como ?pilotos? eram recrutados pela quadrilha e, usando documentos falsos, faziam provas de vestibular em nome de interessados em adquirir as vagas.

Ele acrescentou que os investigados pertencem a organizações externas às universidades e que ainda é cedo para afirmar que funcionários das instituições de ensino participavam do esquema.

?Os investigados são pessoas de fora, que faziam a prova de vestibular como se fossem os verdadeiros candidatos que estavam disputando a vaga para Medicina e outros cursos?.

O estudante cearense do curso de Medicina suspeito de chefiar a quadrilha está sendo aguardado na Polícia Federal no Rio Grande do Sul. Ele ficou de se apresentar nesta terça-feira, mas até o momento, isso não ocorreu. Segundo Pompílio, a mãe do estudante foi presa em Fortaleza.

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