PF devassa empresa que vendeu dólares para dossiê

Investigações da Polícia Federal (PF) apontam a empresa Vicatur Câmbio e Turismo, de Nova Iguaçu, no Rio, como a agência de onde saiu a maior parte dos US$ 248,8 mil para compra do dossiê Vedoin. O dinheiro faz parte, segundo a PF, do montante de R$ 1 75 milhão apreendido com dois petistas em 15 de setembro passado em um hotel em São Paulo, e que seria destinado ao pagamento do dossiê elaborado para prejudicar candidaturas do PSDB. O município é administrado pelo prefeito Lindberg Farias, do PT.

A primeira suspeita, divulgada por fontes da Polícia Federal, era de que o dinheiro havia sido obtido em uma corretora de Duque de Caxias, também na Baixada Fluminense. A Vicatur consta da lista de 30 empresas identificadas pela PF no rastreamento dos dólares.

Os dólares, de acordo com a investigação, foram comprados pelo Banco Sofisa, de São Paulo, e repassados a várias corretoras. A empresa sofrerá uma devassa na sua contabilidade e seus proprietários serão chamados a se explicar. A PF vai interrogar também os compradores dos dólares na agência, única autorizada a comercializar moeda estrangeira na região.

Inscrita sob o CNPJ 3029699/0001-16, a Vicatur tem cadastro sujo no Banco Central, onde foi denunciada pelo Ministério Público do Rio por operar com um cadastro de pessoas físicas fictícias ou laranjas. Muitas delas eram pessoas humildes que sequer sabiam que seus nomes eram usados, segundo a denúncia do Ministério Público.

Os delegados da PF Diógenes Curado e Luiz Flávio Zampronha, que atuam no caso, recusaram-se a confirmar o nome da agência. O dinheiro, segundo fontes policiais, foi adquirido em lotes de valores variados por um grupo de pessoas, provavelmente da mesma família, usadas como "laranjas". A operação chamou a atenção das autoridades porque a família é de origem humilde e talvez sequer soubesse que seu nome foi usado na operação.

Ao circular, os dólares deixaram pistas desde que saíram da Casa da Moeda dos EUA até ser apreendido em poder dos petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha. Peritos da PF estão cruzando dados bancários e telefônicos para fechar o cerco sobre a origem tanto dos dólares como da soma de R$ 1,16 milhão encontrada com os dois petistas.

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