Petrobras diz que não recebeu proposta de aumento do gás

Rio – O diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, reafirmou hoje (31) que a companhia não recebeu qualquer pedido formal para aumentar o preço pago pelo gás importado da Bolívia. Por isso, disse ele, continua valendo o preço que consta do contrato assinado com o governo boliviano em 1999, que prevê aumentos trimestrais com base na variação internacional de uma cesta de óleos.

"Existe um contrato em vigor, que está sendo perfeitamente cumprido, e até agora a Petrobras não recebeu nenhum pedido formal de reajuste do preço do gás natural boliviano. O contrato continua em vigor e o preço continua sendo reajustado pelos mecanismos contratuais previstos", a cada três meses, afirmou Sauer.

Ele negou qualquer tipo de ansiedade na estatal quanto ao cumprimento do contrato ou quanto aos preços praticados. "O abastecimento está garantido, e o próprio ministro Andrés Soliz Rada [ministro dos Hidrocarbonetos da Bolívia] tem dito que há um contrato em vigor até 2019, que está sendo plenamente cumprido. Então, não há nenhuma ansiedade. Não faremos polêmica pela imprensa", disse ele.

Sauer lembrou que o último reajuste do preço do gás foi em abril e disse que o próximo deverá ser em 1º de julho. "Esse reajuste embutirá a variação da cesta de óleos nos dois trimestres imediatamente anteriores". Segundo ele, a Petrobras paga atualmente dois preços pelos cerca de 25 milhões de metros cúbicos de gás natural importado diariamente da Bolívia.

"Pagamos US$ 3,43 por cada um dos 16 milhões de BTUs [medida britânica de aferição do volume de gás comercializado] relativos ao contrato firmado em 1996. Para cada um dos outros 14 milhões de BTUs relativos ao aditivo contratual de 2000, pagamos US$ 4,21. O transporte implica mais US$ 1,7 por milhão de BTUs", informou Sauer. O preço do transporte é revisto no dia 1º de janeiro de cada ano, com base na variação cambial, acrescentou.

O diretor da Petrobras, que deu as declarações durante a inauguração da Usina Termelétrica Governador Leonel Brizola, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, também contestou afirmações de Soliz de que as negociações entre a estatal brasileira e a YPFB [estatal boliviana do petróleo] estariam interrompidas. "Existem atuando três grupos de trabalho que discutem temas como a nacionalização das reservas e dos ativos da estatal brasileira", destacou.

Sauer não quis comentar as acusações feitas pelo presidente da YPFB, Jorge Alvarado, de que a Petrobras estaria sabotando o mercado boliviano ao reduzir a importação de diesel. "Essas afirmações não correspondem à realidade: então, não há o que responder", disse ele.

Voltar ao topo