A Petrobras confirmou hoje (16) a descoberta de uma nova jazida de gás natural a 10 quilômetros do campo de Mexilhão, na Bacia de Santos, uma das principais reservas brasileiras do combustível. O novo campo recebeu o nome provisório de Cedro e contém também grandes volumes de condensado – espécie de petróleo de excelente qualidade, encontrado geralmente junto com o gás natural – informou o gerente executivo de exploração e produção da companhia, Francisco Nepomuceno.
O campo de Cedro ainda está em fase de avaliação, disse o executivo, que não quis adiantar qual o tamanho das reservas encontradas. Segundo ele, a estatal ainda vai perfurar mais um poço exploratório no local, antes de declarar a comercialidade do campo à Agência Nacional do Petróleo (ANP). A declaração de comercialidade é a fase em que o concessionário do setor de petróleo se compromete a investir na extração de reservas descobertas.
Nepomuceno disse que a produção do gás do campo poderá ser feita usando a infra-estrutura planejada para Mexilhão, que já foi pensada para concentrar possíveis descobertas futuras. Para este campo, a Petrobras pretende construir uma plataforma fixa (presa por colunas ao fundo do mar), com capacidade para produzir 15 milhões de metros cúbicos de gás por dia a partir de 2008.
As duas descobertas estão em um antigo bloco exploratório chamado BS-400, concedido à Petrobras antes do fim do monopólio estatal, que tem metade dos mais de 400 bilhões de metros cúbicos descobertas pela estatal na Bacia de Santos nos últimos anos – volume suficiente para triplicar as reservas brasileiras do combustível e atrair o interesse de multinacionais, como a Repsol, que negocia participação no investimento.
Recorde
A Petrobras também anunciou hoje (16) que bateu novo recorde na produção nacional de petróleo, ultrapassando, pela primeira vez, a marca dos 1,8 milhão de barris por dia, mesma ordem de grandeza do consumo nacional de combustíveis. No dia 12 de maio, informou a companhia, foram produzidos 1,819 milhão de barris, devido ao "excepcional desempenho operacional das plataformas da Bacia de Campos e da crescente recuperação dos campos localizados nas áreas maduras das regiões Norte e Nordeste e do estado do Espírito Santo".
O diretor financeiro da companhia, Sérgio Gabrielli, disse que espera manter, durante o resto do ano, o superávit na balança comercial de petróleo e derivados obtido no primeiro trimestre, quando a empresa teve um saldo positivo de US$ 100 milhões. "A produção interna de petróleo vai crescer 13,9% este ano", destacou. Mesmo assim, a meta de autosuficiência na produção nacional continua para 2006, já que há empresas privadas que importam combustíveis para o País. Gabrielli disse que o termo autosuficiência deve ser usado quando, na média anual, a produção de petróleo ultrapassar o consumo.