Petrobras aguardará estabilidade externa para reajustar preços, diz Gabrielli

São Paulo – O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse hoje (29) que não antecipará políticas de preços. "Enquanto o mercado de petróleo estiver volátil não haverá reajuste de preços dos combustíveis no Brasil", afirmou, em resposta a pergunta sobre um eventual aumento, em função das sucessivas altas nos preços internacionais do barril no exterior.

O presidente da Petrobras expôs em encontro na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) o plano da empresa até 2010, que prevê investimentos de US$ 56,4 bilhões. No Brasil, serão aplicados cerca de US$ 49 bilhões, distribuídos em exploração e prospecção, refino, infra-estrutura (sobretudo a expansão de gasodutos) e petroquímica.

Sérgio Gabrielli classificou como "assimétrico" o comportamento dos ajustes de preços brasileiros, particularmente com os derivados de petróleo. "O ajuste de preço da refinaria para o posto (de combustível) é muito rápido, quando se eleva o preço, mas é muito lento para reduzi-lo. Portanto, a Petrobras deve ter cuidado no ajuste de seu preço de refinaria, o único preço que ela realmente pode decidir em função da volatilidade do mercado internacional", disse.

Durante o debate com empresários, Gabrielli foi questionado sobre as razões de não haver uma política de preços diferenciados para o mercado interno, em relação ao externo. Não existe essa possibilidade, segundo o presidente da Petrobras, porque cerca de 85% da dívida da empresa (perto de US$ 20 bilhões) estão atrelados ao dólar, além de outros itens, como custos, por exemplo.

A Petrobras, disse, prevê um crescimento anual de 11% até 2010 na demanda no gás natural não-térmico (especificação da empresa para o produto vendido a domicílios, indústrias e veicular). Sobre novos investimentos na Bolívia, Gabrielli informou que há uma espera por parte da empresa para isso, mas que a estatal não deixará de investir nesse país.

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