Petista reclama do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara

O deputado José Mentor (PT-SP) foi ouvido hoje pelos deputados do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara e repetiu o que havia dito no primeiro depoimento, no dia 17. Mentor aparece na lista de beneficiários da conta do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza no Banco Rural. No testemunho de hoje, o deputado do PT de São Paulo reclamou do fato de alguns conselheiros tentarem fazer uma ligação entre a atuação dele como relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banestado e o recebimento de R$ 120 mil do advogado Rogério Tolentino, sócio de Valério na empresa 2S Participações.

O dinheiro foi pago quando Mentor era o relator da CPI. O deputado reafirmou que os R$ 120 mil foram recebidos pelo escritório de advocacia como pagamento de três pareceres jurídicos feitos a pedido de Tolentino. Ele voltou a dizer que a existência de notas fiscais e comprovantes de pagamento de impostos prova que os recursos não foram para o próprio benefício. Mentor voltou ao conselho hoje porque o depoimento no dia 17 foi interrompido por causa da votação na sessão do plenário da Câmara no mesmo dia.

O relator do processo, deputado Edmar Moreira (PFL-MG), qualificou como frágil a defesa de Mentor. "É de uma fragilidade inconteste", disse. Para ele, o mais preocupante é Mentor ser relator da CPI e prestar assessoria para Valério.

Na próxima semana, outros dois relatores deverão concluir a fase de investigação, permitindo a apresentação dos pareceres dos processos contra os deputados João Magno (PT-MG) e Pedro Henry (PP-MT).

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