Pesquisadores usam células-tronco contra diabete tipo 1

Pesquisadores brasileiros conseguiram pela primeira vez deter a diabete tipo 1 em humanos com o uso de células-tronco adultas. O trabalho, publicado na edição de hoje da revista médica americana JAMA, foi capaz de liberar os pacientes da dependência de tomar doses diárias de insulina. Pessoas com essa doença, conhecida como diabete infantil, são prejudicadas pelo seu próprio sistema imunológico, que ataca as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. De um modo geral, quando o diagnóstico é feito, de 60% a 80% das células beta já foram destruídas e o controle dos níveis de açúcar no sangue está deficiente.

O grupo, liderado por Júlio Cesar Voltarelli, da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, trabalhou com células-tronco (CTs) extraídas do sangue dos próprios pacientes. Inicialmente os voluntários receberam por cerca de uma semana doses altas de remédios que suprimem o funcionamento do sistema imune, de modo a bloquear a destruição das células beta. Como o corpo humano fica sujeito a infecções, a imunossupressão é temporária. Em seguida os pesquisadores reintroduziram as CTs nos pacientes. Eles observaram que as células-tronco se diferenciaram em células do sistema imune saudáveis, que não mais atacavam o pâncreas. Isso permitiu que as células beta voltassem a crescer e a exercer seu papel de produtoras de insulina.

Pesquisas anteriores já haviam trabalhado com a idéia de imunossupressão, mas os efeitos não eram tão promissores. O estudo da USP, que teve o apoio de pesquisadores americanos, contou com 15 voluntários entre 12 e 30 anos. Em um deles a terapia não funcionou. ?Os resultados foram encorajadores, mas ainda não temos certeza de por quanto tempo a independência da insulina dura nem se a terapia tem de ser refeita depois?, explica Voltarelli.

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