Pesquisa vai investigar risco de doenças cardiovasculares em crianças soropositivas

 Uma pesquisa vai investigar qual o risco de crianças e adolescentes portadores do vírus HIV terem doenças cardiovasculares. O estudo é um dos projetos de pesquisa selecionados para receber verbas do Ministério da Saúde e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Ao todo, 28 projetos de todo o Brasil foram escolhidos para receber R$ 5,8 milhões destinados a estudos sobre aids e outras doenças sexualmente transmissíveis.

A pesquisa será realizada com 134 crianças e adolescentes infectados, de 7 a 18 anos, que são tratados no Hospital Infantil Joana de Gusmão de Florianópolis (SC). O estudo terá duração de dois anos. "Queremos saber que tipo de atividades essas crianças fazem, se são sedentários, obesos ou não, que tipo de dieta possuem e se têm, por exemplo, alterações de gordura sanguínea", explicou um dos coordenadores da pesquisa, Bruno Caramelli ? médico do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Caramelli explicou que os adultos infectados pelo vírus HIV têm mais risco de infarto, derrame e outras doenças cardiovasculares. Esse risco aumenta para os pacientes que utilizam medicamentos anti-retrovirais. "Tudo indica que as crianças têm também um maior risco, já que os adultos têm. Nossos dados preliminares mostram, por exemplo, que essas crianças têm uma freqüência maior de hipertensão arterial e uma freqüência maior de alteração de gordura sanguínea", disse.

O cardiologista destacou que, com o resultado do estudo, será possível traçar medidas para evitar doenças cardiovasculares nas crianças com HIV. "Pode ser que, ao final do estudo, a gente chegue à conclusão de que essas crianças infectadas têm que ser incluídas em programas de atividade física diária, que elas precisam ter dietas específicas na merenda escolar do sistema de educação pública ou ainda que elas devem tomar determinados medicamentos", concluiu.

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