Pesquisa mostra aumento de vendas no comércio varejista em agosto

Rio de janeiro – O volume de vendas do comércio varejista cresceu 2,32% no mês de agosto. O resultado foi superior ao de julho, quando as vendas do setor tiveram recuo de 0,56%, e também ao de junho, quando houve variação negativa de 0,42%.

De acordo a Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada nesta terça-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expansão no volume de vendas na passagem de julho para agosto reverteu as quedas seguidas nos dois meses anteriores.

Todas as atividades consideradas pelo IBGE nessa comparação tiveram resultados positivos. O maior avanço foi no setor de Móveis e eletrodomésticos (7,70%). Também cresceram as vendas de Tecidos, vestuário e calçados (3,63%); Combustíveis e lubrificantes (3,41%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,68%).

Segundo Reinaldo Pereira, da Coordenação de Comércio e Serviços do IBGE, os fatores que explicam a expansão das vendas são a melhoria no rendimento médio das famílias e o aumento do emprego com carteira assinada, (de 3,5% e de 5,9%, respectivamente) apurados em agosto pela Pesquisa Mensal de Emprego, também realizada pela instituição. ?Houve melhoria da renda em agosto. No emprego, também [houve] uma certa estabilidade, e isso pode ter contribuído para esse resultado?, afirmou Pereira.

Ele disse que, além disso, o aumento da entrada de artigos importados no país, por causa da cotação baixa do dólar, faz crescer a concorrência dos produtos no mercado, reduzindo os preços e favorecendo a alta nas vendas, principalmente no caso dos móveis e eletrodomésticos.

A Pesquisa Mensal de Comércio também indicou expansão de 6,27% no volume de vendas a varejo em relação a agosto do ano passado. Nessa comparação com períodos idênticos aos do ano anterior, a taxa de crescimento foi de 6,27%, bem acima das registradas em julho (2,25%) e junho (3,97%).

Sete das oito atividades avaliadas tiveram aumento no volume de vendas. O setor que mais contribuiu para o resultado global foi o de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com expansão de 7,48%. A única atividade em que houve queda nas vendas a varejo, em relação ao ano passado, foi a de Combustíveis e lubrificantes, com recuo de 6,58%.

Conforme Reinaldo Pereira, os fatores que continuam influenciando de maneira geral o crescimento nas vendas, já observados nos meses anteriores, são a melhoria do rendimento das famílias e o aumento da concorrência, com a entrada dos importados e a redução de preços.

Ele destacou também a queda nos preços dos alimentos, que vêm aquecendo as vendas do setor de hiper e supermercados. ?O aumento de renda, aliado à redução nos preços de alimentação – houve até deflação – contribuiu muito para a variação de hipermercados, que tem um peso grande no índice?.

Pereira apontou, como alteração no cenário apresentado em julho, quando o crescimento das vendas em relação ao ano passado foi menor (2,25%), uma possível substituição do elemento crédito pelo fator redução de preços favorecida pela entrada dos importados como alavanca para o desempenho do comércio. ?O que vem dando um pouco de gás, principalmente nas vendas de móveis e eletrodomésticos, são os importados, reduzindo preços?, avaliou.

?Antes, as variações eram muito baseadas no crédito, mas agora, como parece que as pessoas estão muito endividadas, pode ser que os importados tenham influenciado a recuperação nas vendas, principalmente no segmento de móveis e eletrodoméstico?, ressaltou o técnico do IBGE.    

Na avaliação regional, 26 dos 27 estados da federação apresentaram resultados positivos no volume de vendas do comércio varejista. Somente Mato Grosso teve variação negativa, de 12,36%. Segundo o IBGE, o motivo é a desaceleração na economia regional, que tem grande dependência da soja, com preços em baixa no mercado internacional.

O crescimento acumulado no volume de vendas do comércio varejista no país, de janeiro a agosto deste, ano está em 5,30%, se comparado ao mesmo período do ano passado.

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