Pesquisa com embriões

O mundo científico agita-se mais uma vez diante das propostas de avanço das pesquisas com embriões humanos. Segundo os jornais, Ian Wilmut, criador da ovelha Dolly, primeiro clone obtido a partir de uma célula adulta, acaba de receber da Autoridade de Fertilização Humana e Embriologia da Grã-Bretanha a autorização para iniciar pesquisa sobre a doença degenerativa do neurônio motor nos primeiros estágios do desenvolvimento de embriões.

A clonagem terapêutica para efeito de pesquisas foi legalizada na Inglaterra em 2001, mas até o presente apenas uma licença havia sido concedida.

Wilmut, cuja notoriedade explodiu com a criação da ovelha Dolly, pretende agora clonar embriões com a doença do neurônio motor a partir de células de pessoas portadoras da doença. A principal justificativa está na possibilidade de realizar testes com novas drogas capazes de conter o avanço do processo degenerativo.

Os resultados da pesquisa abrem excelentes perspectivas de cura ou atenuação dos impactos causados pela referida doença, além de estender a esperança de recuperação a portadores de outras enfermidades, pois o interesse científico também está voltado para diferentes áreas da saúde humana.

Infinitas são as possibilidades acenadas pela medicina científica e engenharia genética, embora não se deva descartar o rigoroso cuidado para evitar a difusão de promessas de curas que, talvez, jamais se realizem. Isto seria uma tortura ainda maior aos portadores de doenças degenerativas.

É recomendável atentar para as advertências sobre a pesquisa com embriões, rotulada pelos críticos como antiética e desnecessária, além de constituir um passo a mais na direção da clonagem de seres humanos. De sua parte, Wilmut é veemente ao negar tal intenção.

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